Arquivo

Quo Vadis Futebol?

A camisola rasgada do Rui Jorge foi exibida quase como um troféu, ou uma prova, por José Bettencourt nas declarações a quente proferidas logo após o jogo Sporting-Porto. O roupeiro, Paulinho de seu nome, queria trocar a camisola com o Vítor Baía, veio o Mourinho e rasgou-lha. Num desfiar de queixas deixa-se cair mais uma, por sinal de muito mau gosto. Mourinho disse que gostaria que Rui Jorge morresse no campo (até custa escrever isto). A concluir, segundo Bettencourt, faltam valores e referências na sociedade portuguesa (assim, “tout court” numa conferência de imprensa sobre um importante mas simples jogo de futebol). Parece que por causa destas declarações, Mourinho vai meter um processo em tribunal. Parece que o Sporting até tem provas de tudo o que se passou. Como é que se dizia no meu tempo? Venham batatas que molho já há.

Mourinho Dixit: «Vou pedir ao presidente para sair no final da época». Mais uma vez declarações a quente. Lançar a bola em jogo com um colega a ser assistido é «vergonhoso» e «inqualificável». Para mim mais “inqualificável” é ter um colega caído dentro do campo, continuar o jogo e não atirar a bola para fora como há poucos jogos o FCP fez nas Antas. E quanto ao Liedson ser «um enganador» o que dizer das fitas que o Deco faz? Mas voltando ao tema da reposição da bola em jogo, não foi o árbitro que a mandou executar, tal como as imagens mostram? Mais uma vez discursos que não fazem grande sentido. José Mourinho quer ir para Inglaterra? Tem receio de que o Presidente não o deixe ir? Mas afinal quem manda em Mourinho é o próprio ou o presidente? É o que fica das suas declarações, ainda por cima mil vezes repetidas. Para mim, talvez não fosse nada disso que ele quisesse dizer. Só que sob o calor da refrega as palavras muitas vezes não são as mais convenientes. Mais valia ter dito nada. Pelo menos sempre se evitavam mais uns processos em tribunal.

As cadeiras pretas (e novas) a voarem e a baterem no chão escaqueiradas em bocados. Como alvos, jogadores, dirigentes, árbitros e até policias. Após os acontecimentos, reunião de emergência ao mais alto nível governamental. Há que cadastrar os infractores. Impedir o seu acesso aos estádios. Por seu lado, o major vai decretar a lei da rolha. A partir de agora ninguém se pode pronunciar sobre as equipas de arbitragem que foram designadas para os jogos. Uma lei feita para cumprir. Só faltará saber quem cobra as multas, quem fiscaliza o quê e com que meios. Pelo meio das notícias sobre as cadeiras pretas fica-se a saber que os estádios não estão preparados para problemas de segurança. Também se fica a saber que as forças de segurança não estão devidamente equipadas. Agora mesmo, quando escrevo, mais notícias em catadupa. Pimenta Machado apimenta a discussão. “Quem paga (aos árbitros) é quem manda”. Além disso as lesões do William (a cabeça dele estava toda enrolada como nas múmias) são inventadas pelos médicos do Boavista, os quais por sua vez desmentem os do Guimarães. Nem a ética nem a deontologia escapam.

Por: Fernando Badana

Sobre o autor

Leave a Reply