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“Quintal Medroso” cedido aos trabalhadores da Câmara por 25 anos

Presidente do Cinelube lamenta que autarquia da Guarda não tenha tido a «gentileza» de o informar da decisão

A Câmara da Guarda confirma que o Cineclube da cidade «não foi consultado, nem tinha que ser», sobre a cedência do jardim do Solar Teles de Vasconcelos, mais conhecido por “Quintal Medroso” aos Serviços Sociais dos Trabalhadores da autarquia. Já o presidente da coletividade lamenta que o município não tenha tido a «gentileza» de o informar da decisão, uma vez que haveria «um acordo de palavra» para a cessão do espaço.

Em resposta enviada por email a O INTERIOR, o gabinete de Relações Públicas da autarquia esclarece que o município «decidiu ceder» o “Quintal Medroso” aos Serviços Sociais dos Trabalhadores «em virtude da anterior sede desta coletividade municipal estar ocupada» e, «como é do conhecimento público», o espaço «funcionava como bar noturno» que acabou por encerrar há uns anos. Nesse sentido, «como a empresa que estava a gerir o espaço o entregou à Câmara Municipal», a autarquia «entendeu» que as instalações deveriam «ficar para usufruto municipal». Ao contrário de algumas informações que chegaram a circular, a cedência não tem a duração de 50 anos, mas abrange sim um período de 25 anos. No mesmo email, o município garante que o espaço «não» estava “prometido” para acolher a sede do Cineclube, que «não foi consultado, nem tinha que ser», antes da decisão da sua cedência aos Serviços Sociais, uma vez que «o espaço em causa era anteriormente gerido por entidades privadas e a sede do Cineclube não está em causa».

Questionada se está a estudar a cedência de outro local para o funcionamento do Cineclube, a autarquia responde que «o espaço que, no passado, foi gentilmente cedido ao Cineclube encontra-se degradado e sem condições de utilização. Numa visita ao mesmo constatou-se que não existiam quaisquer bens móveis ou outros do Cineclube, bem como o estado deplorável em que se encontrava». Ainda assim, «apesar de não existir nenhum contrato de comodato ou de cedência formal ao Cineclube, a Câmara da Guarda mantém o seu compromisso inicial», afirma, sem especificar qual. Já Frederico Mamede, presidente do Cineclube, entende que a autarquia «deveria ter tido, pelo menos, a delicadeza de nos informar» sobre a cedência do “Quintal Medroso”, uma vez que apesar de «não existir nenhum papel a dizer que o espaço estava cedido ao Cineclube, haveria um acordo de palavra nesse sentido com uma direção anterior».

Na sua opinião, trata-se de «um espaço público que agora está fechado para sócios dos Serviços Sociais da Câmara. Acho que é uma má gestão». O dirigente adianta que o município propôs, «há algum tempo», disponibilizar uma loja na Central de Camionagem, mas esta solução «era um absurdo» porque o Cineclube «tem que ter um espaço onde as pessoas se sintam bem e onde possamos desenvolver várias atividades para cativar mais público». O recinto do “Quintal Medroso” possui um edifício destinado a bar, uma área de apoio, um anfiteatro ao ar livre – para onde já tinham sido pensadas sessões de cinema durante o verão – e um jardim.

Ricardo Cordeiro Recinto do “Quintal Medroso” possui um edifício destinado a bar, uma área de apoio, um anfiteatro ao ar livre e uma área verde

Comentários dos nossos leitores
Luís luísbaptistamartins@gmail.com
Comentário:
Uma vergonha!
 

“Quintal Medroso” cedido aos trabalhadores
        da Câmara por 25 anos

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