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«Queremos que a Guarda volte a ser uma referência na saúde em Portugal»

Cara a Cara – Entrevista

Perfil:

– Pedro Rebelo

– Profissão: Empresário

– Idade: 42 anos

– Naturalidade: Lisboa

– Hobbies: ler, passear e viajar

P – Qual é a importância do bioclimatismo para a cidade da Guarda?

R – O facto de eventualmente se conseguir credenciar a cidade e o seu ar é um privilégio que a Guarda terá em relação às demais cidades do país e da Península Ibérica. As vantagens que daí advierem podem ser imensas.

P – Haverá condições na Guarda para aproveitar essas vantagens?

R – Isso é o que vamos trabalhar a partir de agora. Depois do congresso, passaremos a uma segunda fase que vai ditar se há ou não condições para tirar partido do bioclimatismo.

P – A partir de agora, o ar da Guarda vai estar certificado com parâmetros de qualidade. É uma certificação que vigora por quanto tempo?

R – A certificação é válida para o ano do estudo, mas terá que ser mantida sempre. O ar é transparente, as situações alteram-se de um momento para o outro, por isso há que monitorizar o ar permanentemente.

P – Isso quer dizer que a fase de estudo vai continuar durante os próximos anos?

R – Vamos entrar seguidamente na fase de garantir a continuidade do estudo.

P – O que é que poderá alterar a qualidade do ar da Guarda?

R – A polenização, os factores poluentes, os incêndios ou, inclusivamente, o aumento do tráfego de pesados. Há uma série de factores que alteram as características do ar.

P – A Guarda já pode criar uma imagem de marca em torno da qualidade do seu ar?

R – É o que saberemos no sábado com a divulgação dos resultados bioclimáticos da cidade durante o primeiro congresso de Bioclimatismo e Doenças Respiratórias da Guarda. Nós esperamos que sejam positivos. O documento já está na posse do conselho científico da Guard’Ar – Associação para a Promoção do Ambiente e da Saúde no Concelho da Guarda e tudo indica que as perspectivas são boas.

P – Já há alguma ideia do retorno financeiro para a cidade com o bioclimatismo?

R – Não estou habilitado a fazer esse tipo de cálculos, tudo depende do que a Guarda, os associados e o país conseguirem fazer deste projecto. Estamos nisto de alma e coração, queremos continuar, estamos empenhados, mas a iniciativa não depende apenas de vinte e tal associados, que poderão vir a ser mais brevemente se as pessoas assim o entenderem.

P – No entanto, há desde já uma barreira ao desenvolvimento do bioclimatismo na Guarda que se prende com o facto de não existir em Portugal legislação específica sobre esta matéria. O que contam fazer?

R – Isso é um facto. Não há em Portugal nenhuma legislação que proteja o bioclimatismo, agora há outras iniciativas que se poderão desenvolver sem que avance a vertente da saúde. Basta para tal que haja vontade, empenhamento e empresários interessados em concretizar esses projectos na área do turismo, lazer ou desporto, entre outros. Contudo, a parte da saúde é fundamental ao projecto, porque tudo o resto virá atrás.

P – No fundo, o objectivo é um bocado voltar atrás e fazer com que a Guarda seja novamente uma cidade da saúde?

R – É mais fazer com que a Guarda volte a ser uma referência na saúde em Portugal. Esse é o grande objectivo da associação e dos seus promotores.

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