A Quercus apelou ao secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, João Casanova que seja «concluído o Levantamento dos Materiais Contendo Amianto nos edifícios, instalações e equipamentos públicos, conforme definido pela Lei n.º 2, com a seriedade e rigor que o assunto merece».
Na semana passada, o Ministério da Educação anunciou a conclusão do programa de remoção de placas de fibrocimento danificadas em cerca de 300 escolas, mas a associação ambientalista considera que «apenas está terminada a primeira etapa» do referido levantamento dos estabelecimentos escolares contendo materiais com amianto. «É fundamental identificar todos os materiais contendo amianto nas escolas e não apenas as placas de fibrocimento», alerta a Quercus, que recorda que este material potencialmente cancerígeno não foi aplicado apenas em coberturas, sendo possível identificar materiais suscetíveis de conter amianto em espaços interiores dos estabelecimentos escolares (pavimentos, tetos falsos, paredes divisórias, portas, entre outros).
As preocupações da Quercus quanto à exposição das crianças a materiais contendo amianto vai mais longe: «Desconhecemos a existência de um plano concertado de monitorização da qualidade do ar interior nas escolas, com avaliação das fibras respiráveis de amianto, onde sejam considerados a totalidade dos locais com MCA», refere a associação. Também o número de escolas analisadas é visto como «uma gota no oceano», pois «não nos parece razoável considerar que analisar 20 escolas da rede pública possa ser “representativo do universo nacional”, quase 2 mil estabelecimentos». Segundo a tutela, as placas de fibrocimento foram retiradas de catorze escolas do 2º e 3º ciclos e do secundário da região em 2013 e 2014 (ver última edição de O INTERIOR).