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Quatro paredes

Crónica

É certo que mais de dois terços dos alunos de qualquer turma, para além das 6h diárias de aulas obrigatórias, das actividades extra-curriculares como o desporto escolar e outros, ainda necessitam outro tipo de ajuda: as famosas explicações.

Ainda não percebi bem se ir à escola é um direito ou um dever de todos os menores de 18, mas não era suposto o ensino ser um serviço público gratuito? O que leva então os alunos (ou melhor, os pais dos alunos) a pagar todos os meses a um explicador particular? Isto quer dizer que, afinal, o serviço público “oferecido” não é o suficiente para que os alunos atinjam os objectivos propostos pelo próprio ensino…

Ou será por culpa dos alunos? A verdade é que também acontece que muitos alunos preferem estar à vontade nas aulas, não prestarem a mínima atenção (e com isto distraírem também os outros) e depois fazerem os pais pagar a um professor particular, porque a matéria dada nas aulas “não foi bem explicada”…

Na realidade, muitos não se “safavam” se não fossem os explicadores. Mas estes só fazem o seu papel; afinal, são pagos (e bem) para ajudar os alunos na escola. Então, segundo as informações fornecidas (e a minha própria teoria), não é difícil chegar-se à conclusão de que a crise também vai afectar o desempenho dos alunos na escola. Pelas notícias (e porque não se fala noutra coisa agora) sabe-se que muitos jovens se vêem obrigados a abandonar as actividades extra-curriculares que exigem pagamento. O que vai acontecer então quando os pais não conseguirem suportar as explicações de que os seus filhos tanto carecem?

Se o ensino não serve, deve banir-se. Vivam os explicadores! Ou então, tragam os “explicadores” para a escola.

É caso para dizer (e esta frase tem sido muito usada ultimamente), vamos de mal a pior.

Por Diana Margarido (11º E)

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