A Assembleia Distrital da Guarda (ADG) vai contar, em 2008, com um orçamento da ordem dos 14.700 euros. O documento, aprovado por unanimidade, é revelador, segundo João Mourato, que preside ao organismo, «das dificuldades da Assembleia, que sobrevive apenas do contributos dos municípios». Quanto ao plano de actividades para o novo ano, a edição da revista “Altitude” deverá continuar a ser uma prioridade. Mas, apesar de tudo, “contenção” vai ser a palavra de ordem.
«As despesas vão ser aplicadas em investimentos estritamente necessários, sobretudo de carácter administrativo», avisou o edil. Já no período de intervenções, não houve grandes surpresas. Temáticas como o fecho dos serviços públicos, a desertificação ou a nova reforma administrativa dominaram a sessão. Júlio Sarmento, presidente da Câmara de Trancoso, defendeu que a Guarda, enquanto unidade distrital, «está em crise» e chamou a atenção dos autarcas vizinhos para a possibilidade de, no âmbito da reforma administrativa, alguns dos municípios da região «poderem vir a extinguir-se, sem que haja qualquer movimento crítico». A nova lei eleitoral também não foi esquecida, com o edil a considerar «anormal que às Juntas fique vedada a liberdade de participar na votação de algumas matérias, porque são parceiros essenciais no processo de desenvolvimento de cada município», argumentou. João Mourato, que também preside à Câmara da Mêda, aproveitou para criticar o novo mapa do turismo, que colocou recentemente o município sob a alçada da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE). Já Virgílio Bento, vereador da Câmara da Guarda, pronunciou-se sobre o lançamento do IP2, uma medida que «deveria motivar um reconhecimento por parte parte da ADG, dada a sua importância para a região».
Lima Garcia dirige “Altitude”
Entretanto, a edição da revista “Altitude”, fundada em 1941, vai continuar a ser uma prioridade em 2008. Depois do pedido de exoneração de Adriano Vasco Rodrigues, nome maior da publicação nos últimos 28 anos, a Assembleia ficou a conhecer, na última sessão, os nomes encarregues de abraçar o projecto. José Luís Lima Garcia, mestre em História Contemporânea e professor na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico da Guarda vai passar a dirigir a publicação, fazendo-se acompanhar, no conselho consultivo, por Adriano Vasco Rodrigues e Álvaro Estêvão. Quanto à coordenação, será chamada Deolinda Ferreira, enquanto Paulo Ribeirinho Soares assumirá as funções de sub-director. Da equipa de redactores farão parte José António Rodrigues (antropologia), Carla Santos (História), Víctor Amaral (mestre em Ciências da Comunicação) e Carlos Barrincha (mestre em História). João Mourato anunciou, de resto, que num dos próximos encontros a ADG vai prestar homenagem ao antigo director da “Altitude”, «um homem que durante 50 anos se empenhou a fundo na região e a figura que mais escreveu sobre o distrito».
Rosa Ramos