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Quartel dos bombeiros da Mêda inaugurado 20 anos depois

Cerimónia ficou marcada pelo descontentamento de bombeiros efectivos que reclamam aumentos e melhores condições no edifício

Vinte anos depois de ter sido construído, o quartel dos Bombeiros Voluntários da Mêda foi inaugurado no domingo pelo secretário de Estado da Administração Interna, Paulo Pereira Coelho. Na cerimónia não participaram os bombeiros efectivos da corporação, que possui mais de 70 elementos, que reclamam aumentos salariais que, segundo afirmaram a “O Interior”, «são merecidos por quem está 24 sobre 24 horas em serviço e não aufere de aumentos de vencimentos que compensem, desde há dois anos, os custos da inflação». Críticos quanto à forma como foi inaugurado um quartel que «há 20 anos poderia até ser um dos melhores do país, mas agora está cheio de remendos e carências várias, apesar de ter sido acrescentada uma garagem para ambulâncias», manifestaram também a disposição de continuar a lutar pelas melhorias salariais. No rol das insuficiências constam as camaratas «muito pequenas», a falta de aquecimento e de drenagem de água nas novas garagens, mas também de uma zona de convívio para bombeiros e associados. Contudo, Paulo Amaral, vice-presidente da direcção da Associação dos Bombeiros da Mêda, desvalorizou os protestos e garante que se trata de «seis funcionários da corporação que auferem ordenados que variam entre 625 e 575 euros, o mais baixo, e que usufruem de regalias sociais várias, quer nos pagamentos nocturnos, ou ao quilómetro». O dirigente lamentou ainda que fossem os únicos a não participar nas cerimónias e disse que os aumentos serão tidos «em conta de acordo com o indexado à função pública». Na cerimónia de inauguração, o autarca local, João Mourato, realçou o papel do ex-presidente dos Voluntários medenses Manuel Simão na construção do quartel, agora ampliado no âmbito de um protocolo em que a Associação Humanitária cedeu as antigas instalações para funcionamento do museu municipal. Em contrapartida, a autarquia comprometeu-se a promover e apoiar as obras de ampliação das instalações, suportada em parte pelo Governo através do programa de Trabalhos de Natureza Simples (TNS). Sobre o facto de só agora ocorrer a cerimónia oficial de inauguração, João Mourato afirmou que ela foi sempre adiada porque «nunca houve oportunidade de o fazer» e que as instalações foram ocupadas «por necessidade». Já o secretário de Estado atribuiu a verba de 35 mil euros para a aquisição de uma central de comunicações para a corporação.

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