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Acções contra portagens suspensas

Comissões de utentes da A23 e IP5/A25 avisam que contestação recomeçará se novo Governo mantiver decisão

As comissões de utentes Contra as Portagens no IP5/A25 e A23 anunciaram segunda-feira a suspensão das acções de protesto contra o futuro pagamento daquela taxa, devido à dissolução do Parlamento. Segundo um dos porta-vozes do movimento, Francisco Almeida, com a consequente queda do actual Governo não fazia sentido manter os protestos, nomeadamente a marcha lenta prevista para terça-feira, na zona da Guarda, que «iria bloquear completamente o acesso à fronteira de Vilar Formoso».

«Vamos fazer um compasso de espera até à realização de eleições para o novo Governo. Mas se algum Governo algum dia voltar ao ataque com esta questão, retomamos novamente os protestos com esta marcha lenta que, por agora, ficou suspensa», avisou. Francisco Almeida considera que, para já, «não se corre o risco» de passarem a ser cobradas portagens nas auto-estradas sem custos para o utilizador (SCUT). «Sabemos que o Orçamento de Estado que foi aprovado na Assembleia da República contém disposições que dão como certo o pagamento de portagens. Mas também soubemos, junto de juristas e de deputados, que isso implica forçosamente medidas legislativas que um Governo de gestão não pode tomar», justificou. O responsável disse ser certo que, caso volte a haver uma maioria de direita na Assembleia da República, o pagamento de portagens vai avançar e, nesse caso, o movimento voltará às acções de luta. «Mas se tivermos uma maioria de esquerda, com participação forte do PS, esperamos que as forças políticas se mantenham coerentes com o que disseram», referiu, frisando que «tanto o PS como o PCP se afirmaram contra o pagamento de portagens».

Francisco Almeida lembrou que desde que o movimento foi formado recolheu mais de 25 mil assinaturas contra o pagamento de portagens, quer através da Internet, quer de bancas que foi montando em vários concelhos dos distritos de Viseu, Guarda e Aveiro. Lamentou, no entanto, que apenas 20 Câmaras dos três distritos tenham subscrito a petição, considerando que muitos autarcas «tiveram um comportamento indigno nesta questão».

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