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Pulmão do Aguiar mais forte que o “coração” da serra

Manteigas foi afastado da Taça de Honra ao perder em casa por 3-4

Na segunda eliminatória da Taça de Honra da Associação de Futebol da Guarda (AFG), o Aguiar da Beira foi a Manteigas vencer por 4-3. No último domingo, o primeiro e o último classificado da I Divisão Distrital encontraram-se no Barjona de Freitas e o líder não permitiu surpresas.

A partida começou a bom ritmo, com as equipas a estudarem-se mutuamente e a tentarem sair para o ataque. Este equilíbrio foi interrompido ao primeiro quarto de hora. Frente à área do Manteigas, Nuno Gomes disputou a bola com a defesa contrária e a sua persistência culminou num fortíssimo remate que não hipótese a Michel. Mas os festejos pouco duraram. Na reposição, o Manteigas partiu para a frente pela esquerda e, depois de uma boa jogada de combinação, Nuno desferiu um potente remate que Ferrari não conseguiu apanhar. Restabelecida a igualdade, a partida passou a disputar-se sobretudo a meio campo e chegou a endurecer. O Manteigas mostrava-se receoso no ataque – onde Pedro e Nuno estiveram algo solitários –, mas muito eficaz defensivamente. Contudo, a vantagem do Aguiar aconteceu de forma insólita. Aos 45’, após um mau alívio num lançamento, a bola caiu em frente a Michel carregada de efeitos e traiu o guardião local. Oportuno e discreto, Nuno Gomes aproveitou para bisar.

O golo não poderia ter surgido em pior altura para os homens da casa, que regressaram para a segunda parte completamente desacertados. As aguiarenses poderiam ter dilatado a vantagem por várias vezes, mas Michel, que se estreou na baliza do Manteigas, respondeu com uma mão cheia de grandes intervenções. Mesmo assim, o Aguiar da Beira esteve mais forte física e psicologicamente, dominando os serranos. Sem esclarecimento no meio campo nem acerto na defesa, os erros sucederam-se na formação local e, após cruzamento primoroso do goleador do Aguiar, ninguém viu Cardoso sozinho no centro da área, que cabeceou na perfeição. Poucos minutos depois, o Manteigas voltou a permitir que Nuno Gomes centrasse para Micael marcar, sem hipótese de defesa para o guardião serrano. A perder por 4-2, o Manteigas só conseguiu reagir aos 84’. Houve dois cantos seguidos contra o Aguiar da Beira e por duas vezes se reclamou mão na bola dos defesas visitantes, mas o árbitro nada assinalou.

Um erro “compensado” quando Marco só viu cartão amarelo após derrubar João Aguiar, quando este se isolava à entrada da área. Menos dúvidas teve Sérgio Melo sobre os cinco minutos de compensação, período em que os locais reduziram a desvantagem num penálti convertido por Nuno, firmando o 3-4 final.

Após o jogo, Tótá mostrou-se satisfeito com o resultado, sobretudo com a «segunda parte muito forte» dos seus pupilos. «Estivemos muito bem do princípio ao fim do jogo, com imensas oportunidades», disse o treinador do Aguiar, considerando que o Manteigas «não merece o lugar em que está no campeonato». Joel Luís, por seu turno, admitiu que «faltou atitude por parte de alguns jogadores», sobretudo no segundo tempo. «Isso foi a chave do jogo. Foi um dia mau, o meio campo não funcionou nesse período», sentenciou o técnico do Manteigas.

Igor de Sousa Costa

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