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Público e privado

Entrementes

Nos últimos tempos muito se tem falado e escrito a propósito da medida que o Ministro da Educação se propõe implementar a propósito dos estabelecimentos de ensino com contrato de associação. Bem sei da importância que esses estabelecimentos tiveram quando, lá pelos anos oitenta, o Estado implementou apoios a estas instituições. E quando o fez fê-lo para garantir escola para regiões nas quais havia défice de estabelecimentos escolares do ensino oficial.

Tiveram, portanto, o seu tempo. Desempenharam um papel importante. Ajudaram no crescimento do País. Foram fundamentais na formação de gerações de portugueses. Mas, dá-lhes isso o direito de quererem que os contratos o sejam para todo o sempre? Parece-me que não. Havendo, como há, escolas que podem, na maior parte dos casos, acolher os alunos é do mais elementar bom senso que não se desperdicem recursos e se otimizem os que existem.

Acresce que alguns dos argumentos que se utilizam para defender as escolas com contrato de associação são da demagogia mais pura. Então aquele que remete para as melhores condições que, putativamente, oferecem, esse é de ir às lágrimas. Então não sabem esses senhores que no ensino público não se escolhem alunos? Não sabem que todos os cidadãos, independentemente da cor, do credo ou do estrato socioeconómico têm, constitucionalmente, direito à educação? Isto para além de tal não passar de uma falácia (e não me venham com o malfadado ranking das escolas…).

Existe qualidade nas escolas públicas. Existem, como no privado, melhores e piores práticas pedagógicas. Existem, como no privado, melhores e piores resultados. Existem, como no privado, profissionais competentes e dedicados. Existem, como no privado melhores e piores alunos.

E tanto assim é, e perdoem-me que puxe a brasa à minha sardinha que, neste caso, é a Escola de S. Miguel na cidade mais alta. Na semana passada alunos dessa escola ganharam prémios a nível nacional no concurso “Uma Aventura Literária”, coisa que, aliás, acontece pelo segundo ano consecutivo. Diga-se que aquele concurso teve mais de catorze mil participantes. Porque merecem, pelo menos na minha modesta opinião, aqui ficam os seus nomes e os merecidos parabéns:

Na vertente de desenho em primeiro lugar, João Figueiredo e Micael Estrela, em segundo, Diogo Pires e Rodrigo Catalão e em terceiro Cláudio Pinto, David Pinto e Guilherme Santiago. No trabalho individual mais um terceiro lugar a cargo da Sara Barata Marques. Também na área da crítica mais dois terceiros lugares para Leonor Monteiro e ainda para Maria de Lurdes Domingues.

Aqui fica o registo e um voto: que nunca vos falte a inspiração e, já agora, a transpiração. É que aquela sem esta servirá de muito pouco… PARABÉNS!!!

Por: Norberto Gonçalves

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