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PSD sugere compra das instalações da fábrica

O fecho da Delphi é um «tsunami laboral e social» contra o qual o Governo deve adoptar medidas excepcionais, reclamou, na segunda-feira, a distrital da Guarda do PSD.

Responsabilizando o Ministério da Economia e a autarquia por não terem antecipado este desfecho, os sociais-democratas sugerem agora à tutela a compra das instalações da multinacional para ali instalar uma incubadora de empresas. Além disso, pedem um programa especial de reconversão profissional dos trabalhadores despedidos, que também deveriam ter «acesso facilitado» ao crédito bancário e ao QREN. «Só assim se pode incentivar a iniciativa empresarial destes futuros desempregados», disse João Prata, vice-presidente da distrital, sublinhando que serão soluções como estas que poderão «evitar o despovoamento e a desertificação» da região. Numa conferência de imprensa em que participaram os dois vice-presidentes da distrital, os dois deputados na Assembleia da República, o presidente da concelhia e o único vereador social-democrata na Câmara, o PSD lamentou que a Guarda seja, «mais uma vez, a sacrificada» e acusou o Governo e o PS de não terem feito «nada de absolutamente relevante, a não ser algumas promessas em momentos eleitorais» desde Dezembro de 2009, altura dos primeiros despedimentos.

«Há muito que o PSD, através dos seus deputados, alertou para a necessidade do Governo intervir com carácter de urgência na Delphi. Questionado sobre o assunto, o ministro da Economia limitou-se a dizer que estava atento e vigilante. O resultado está à vista», criticam os sociais-democratas, que agora exigem «soluções e um tratamento especial» para as famílias afectadas. João Prata lamentou ainda «pouco» ter ouvido até então da parte da Câmara e do seu presidente, que «estará de férias», enquanto Manuel Rodrigues acrescentou que «só não encarou esta morte anunciada quem não quis ser realista». Lembrando que a PLIE «não passa de projectos», o líder da concelhia considerou que a autarquia e o Governo «frustraram expectativas» aos guardenses quando disseram, em Março, que a empresa tinha condições para continuar na cidade.

Já António Edmundo, vice-presidente da Distrital [Álvaro Amaro está de férias] considerou que «a Guarda aplaude mais do que exige», pois já devia haver uma «resposta antecipada» para esta situação. Por sua vez, o deputado Carlos Peixoto disse ter poucas dúvidas que este processo teve em atenção os “timings” eleitorais do Governo. «Tendo em conta o calendário e os acontecimentos, parece mais que evidente que aquilo que já estava previamente definido foi diluído no tempo», disse. Rui Quinaz, por sua vez, constatou que a Guarda «não tem condições de atractividade de empresas e essa responsabilidade é da Câmara», estranhando a «omissão e o silêncio» de Joaquim Valente e da autarquia até essa segunda-feira.

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