Os vereadores do PSD querem discutir as orientações estratégicas para o Plano e Orçamento de 2004 da Câmara da Guarda. O pedido foi formulado por Crespo de Carvalho, o único social-democrata presente na última reunião do executivo, tendo Maria do Carmo Borges anunciado que irá marcar uma reunião específica para debater os documentos orientadores da gestão do município no próximo ano.
Crespo de Carvalho entende que os objectivos do futuro Plano e Orçamento não podem continuar a ser definidos «por livre arbítrio, completo e total, da maioria» e que é tempo do PS «discutir de forma séria os verdadeiros problemas» que afectam o concelho. «Não queremos colaborar na elaboração do novo orçamento, mas discutir quais são essas orientações», esclarece, exemplificando com a celebração de contratos-programas com as associações de produtores florestais do concelho para a prevenção dos incêndios, a recuperação do centro histórico ou o futuro do Hotel de Turismo. «É fundamental que a Câmara ouça a oposição sobre o que pensa que é o verdadeiro desenvolvimento da cidade e concelho. O problema não está nas ideias, mas na capacidade de as concretizar», sublinha, considerando que tem havido «uma coincidência razoável na retórica daquilo que são as intenções da maioria com aquilo que era o programa eleitoral de Ana Manso em 2001». Para o vereador, há uma ideia concreta que não faz divergir PS e PSD na autarquia, o que muda é a forma «no concreto, em termos orçamentais, como se atinge esse objectivo». De resto, Crespo de Carvalho espera que haja convergência, porque «senão estaremos claramente a prejudicar mais uma vez o desenvolvimento do concelho e não foi para isso que fomos eleitos».
Álvaro Guerreiro recorda, por sua vez, que os vereadores da oposição recusaram participar no ano passado na elaboração do Plano e Orçamento, mas espera que desta vez os social-democratas se «empenhem mais» que na maioria das reuniões de Câmara, «onde são poucas aquelas em que estiveram todos». O vice-presidente acredita ainda que o próximo orçamento espelhará aquilo «que entendemos ser o melhor dentro da capacidade do município e a necessidade das populações», lamentando que «outros não o fazem, não colaboram, não participam e preferem resguardar-se para depois ser muito mais fácil criticar no momento em que é preciso agilizar e praticar os orçamentos».
