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PSD não aprova acta de 28 de Janeiro

Vereadores insistem que o documento e a gravação não correspondem ao que se passou nessa reunião de Câmara

Os vereadores do PSD na Câmara da Guarda não aprovaram a acta da reunião de 28 de Janeiro, na qual foi divulgado o inquérito interno aos projectos de engenharia de José Sócrates na década de 80. O documento foi avalizado pela maioria socialista, perante as críticas da oposição. «Nem a acta, nem a gravação são consentâneas com o que se passou nessa reunião de Câmara», disse Ana Manso, após ouvir a gravação da sessão na última quarta-feira.

A social-democrata insistiu que algo não está bem e que o problema denunciado há um mês mantém-se. «Estivemos nessa reunião, os jornalistas também, sabemos o que se passou e o que foi dito, e sabemos o que está na gravação», acrescentou a vereadora, lembrando que o processo foi enviado para o Ministério Público. «Desde o início, a maneira como a maioria socialista conduziu o assunto não passou de tentativas e manobras de branqueamento e de esconder a verdade dos factos. Este é um folhetim que a maioria desenvolveu e pelo qual terá que assumir responsabilidades», considerou, desvalorizando o facto de haver “brancas” na gravação que revelam que os microfones de quem falou não estavam ligados. Para Joaquim Valente, tudo não passou de «“fait-divers”»: «Quiseram fazer disto um caso, foi-o durante algum tempo e agora acabou. Foi tempo perdido, isto nunca deveria existir, há coisas muito mais importantes a fazer para o bem do município», respondeu.

O presidente do município também disse que, nas reuniões de Câmara, «devemos estar todos de bem e falar de forma clara para que as actas traduzam fielmente o que ali se passa, pois só se grava aquilo que cada um quer que se grave». Confrontado pelos jornalistas se avançaria para os tribunais perante as suspeitas levantadas pelos vereadores sociais-democratas, o autarca reconheceu que os funcionários responsáveis por transcrever as actas estiveram numa «posição nada confortável» por causa deste caso, mas recusou o recurso à justiça. «Em tempo oportuno saímos em defesa da honra dos funcionários, que são zelosos e estão acima de qualquer suspeita», justificou. À margem da última reunião de Câmara, Joaquim Valente revelou que a TCN conta iniciar as obras na zona do mercado municipal durante o primeiro semestre de 2009. O prazo foi anunciado na última reunião do Conselho de Administração (CA) da sociedade Guarda Mall, de que o município faz parte.

«É esse o “timing” proposto pela empresa. Se é viável ou não, não sei, o importante é que as obras se iniciem rapidamente. Mas este é um ano económico igual a tantos outros, pelo que não vemos problemas se não começarem nesse prazo», referiu, comparando o processo do Guarda Shopping Center à instalação de empresas na Plataforma Logística. «Os processos são morosos, alguns levam anos a materializar-se, é mais fácil pensar que já devia estar feito, mas temos que conviver com estes procedimentos», alegou, adiantando que o CA da sociedade criada para requalificar a Quinta dos Pelames também foi confrontado com novas soluções de financiamento. «Houve uma retracção devido à crise, mas há perspectivas que a retoma será feita ainda este ano», admitiu Joaquim Valente. Na semana passada ficou também a saber-se que as reuniões do executivo vão passar a realizar-se às terça-feiras, a pedido de Ana Manso, que invocou trabalho na Assembleia da República. A alteração entra em vigor a seguir à Páscoa, sendo que a próxima sessão está agendada para segunda-feira de manhã.

Luis Martins Ao fim de dois mandatos, Ana Manso conseguiu finalmente mudar o dia das sessões do executivo, que passam para as terça-feiras

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