Manuel Rodrigues sabe hoje se vai ser, ou não, o candidato do PSD à Câmara da Guarda. A decisão está nas mãos da Comissão Política Nacional (CPN), após a Distrital não ter tomado posição, ao contrário do esperado na última segunda-feira, sobre a proposta aprovada por unanimidade na concelhia. O advogado e Júlio Sarmento reúnem ao final da tarde, em Lisboa, com o vice-presidente do partido e responsável pelas autárquicas. Será Jorge Moreira da Silva a escolher.
A noite de segunda-feira foi agitada e longa na sede do PSD guardense. A Comissão Política Distrital (CPD) deveria dar a sua chancela ao nome do candidato social-democrata na sede do distrito, mas optou por “chutar para canto”. «Não houve votação, nem aprovação ou rejeição do nome de Manuel Rodrigues. Houve apenas uma reflexão sobre a candidatura do PSD na Guarda e o grande objetivo de conquistar a Câmara ao PS com o melhor candidato. Para o debate de ideias contribuíram opiniões diversas, o que demonstra que o partido é plural», disse Júlio Sarmento, escusando-se a mais comentários com o argumento de que os envolvidos fizeram «um pacto de silêncio para não prejudicar o processo». Contudo, sabe-se que um número assinalável de elementos da CPD não vê com bons olhos a opção Manuel Rodrigues e deixaram-no bem claro na reunião.
Carlos Peixoto, Peres de Almeida, Pedro Nobre e João Prata foram as vozes dissonantes da aparente unanimidade apregoada até agora em torno do presidente da concelhia, que terá finalmente assumido a disponibilidade para ser candidato – o que fez pela primeira vez publicamente nesta reunião da Distrital. Contudo, há quem pense que o prato da balança já pesou mais para o seu lado, contrabalançado agora com Álvaro Amaro, um nome referido várias vezes ao longo da noite e que poderá sair da cartola de Jorge Moreira da Silva esta noite. Faltará saber se o atual autarca de Gouveia aceitará o repto caso esse cenário se concretize. Em qualquer dos casos, o nome decidido em Lisboa vai ser votado nos próximos dias na Distrital, cuja posição terá que ser validada pela CPN. Na segunda-feira, antes da reunião da CPD, Júlio Sarmento recordava a O INTERIOR que «a competência para aprovar o nome do candidato é apenas da Distrital. A Comissão Política Nacional também pode ter um papel ativo na escolha e até decidir outra coisa, mas será sempre a Distrital a aprovar».
O líder social-democrata também não escondia algum desconforto com o que se tem passado nas últimas semanas. «O processo de escolha devia ter sido discreto. A concelhia não esteve bem ao divulgar publicamente a sua decisão», declarou. Mas como não há volta a dar, «caberá agora à CPN divulgar o nome que vai concorrer na Guarda e que terá que ser homologado até ao final de janeiro». O dirigente também não exclui a realização de uma nova sondagem na Guarda, «tal como acontece em Gouveia e está previsto em mais dois concelhos, pois os resultados dos estudos de opinião são sempre boas ferramentas de trabalho».
Luis Martins
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