O anúncio de que os residentes no distrito da Guarda não vão pagar portagens em toda a extensão da A23 e futura A25 enquanto não houver alternativas marcou segunda-feira a sessão de apresentação à comunicação social dos candidatos do PSD às próximas legislativas. O assunto é já um dado adquirido para Ana Manso e Miguel Frasquilho, os dois primeiros da lista, e promete ser uma bandeira eleitoral dos social-democratas, a par da construção do novo hospital da Guarda.
O PSD aposta em cinco economistas, uma estudante e um autarca, sendo Madeira Grilo mandatário distrital e Luís Aragão, director de campanha. Juntamente com Manso e Frasquilho alinham Couto Paula, presidente da concelhia da Guarda e director da delegação local do Instituto de Segurança Social, Rui Ventura, chefe de gabinete do presidente da Câmara de Pinhel, José Luís Abrantes, líder do PSD de Seia, Vítor Proença, adjunto do Governador Civil, Ana Isabel Nunes, da JSD, e Costa Reis, presidente da Câmara de Almeida. A sessão assinalou também a primeira aparição pública na Guarda de Miguel Frasquilho, eleito em 2002 por Setúbal. O antigo secretário de Estado do Tesouro e Finanças considera ser um «privilégio» defender o distrito, que conhece «relativamente bem». Diz, de resto, não ser «propriamente um estranho», até porque a sua família tem raízes na Beira – a sua avó paterna é de Cernache de Bonjardim (Sertã). Sem querer alongar-se quanto às propostas, o candidato prometeu defender a manutenção dos benefícios fiscais para as empresas que se instalem no interior e procurar «aproximar o nível de vida dos cidadãos do distrito das regiões com maior poder de compra a nível nacional». Quanto ao fim das SCUT, Miguel Frasquilho considera que havia que pôr termo à «irresponsabilidade financeira» dos governos do PS quando optaram por isentar toda a gente. «Isso sim seria uma hipoteca muito grande para o país e para as gerações vindouras», garante.
Ana Manso é da mesma opinião, mas defende que todo o tráfego internacional e nacional deve pagar. «Temos que arranjar meios financeiros para fazer mais estradas e outros equipamentos e infraestruturas, sobretudo no interior, por uma questão de justiça e solidariedade», argumenta a deputada. «Era incompreensível que fossem os residentes a pagar pelo erro do PS, que nos retirou as vias alternativas. Se nos devolverem o IP2 e o IP5 como verdadeiras alternativas às auto-estradas, então as pessoas da Guarda estarão naturalmente dispostas a pagar portagens», acrescenta a líder distrital dos social-democratas. Em termos políticos, Ana Manso recordou que «não foi o PSD que pediu eleições e precipitou a crise política», dizendo-se confiante que no dia 20 de Fevereiro a Guarda e o país vão escolher «o caminho do futuro com o PSD e rejeitar o regresso ao guterrismo de má memória». E a candidata não esquece que neste escrutínio também está em causa um «hospital novo de raiz», em vez dos «remendos» do PS.
Luis Martins