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PSD faz ponto de ordem na escolha do candidato na Guarda

Plenário concelhio analisou a estratégia e o perfil do futuro cabeça de lista, mas sem falar em nomes

O PSD tentou recuperar, na segunda-feira à noite, o controlo da situação no processo de escolha do seu candidato à Câmara da Guarda. Com a confusão e as dúvidas instaladas, o plenário concelhio resolveu fazer um ponto de ordem e chamou a si a discussão das estratégias e do perfil do potencial cabeça de lista às próximas autárquicas. Tudo para que o assunto não caia na rua, «como estava a acontecer nas últimas semanas», lamentou a O INTERIOR um dos militantes presentes na sede social-democrata.

Contudo, desta reunião não saiu fumo branco, mas sim uma situação «mais controlada» pelos órgãos do partido. Diz quem assistiu que os militantes presentes, cerca de 80, até foram «muito participativos» e perceberam por que é que ainda não há decisão sobre o nome do candidato. «Se já houvesse uma escolha teria sido anunciada e sufragada pelo plenário. Como ainda não havia, limitámo-nos a falar da estratégia a seguir e do perfil do nosso candidato, isto sem nunca se falar em nomes», disse o presidente da mesa do plenário. De resto, Rui Quinaz recordou que a responsabilidade de encontrar um candidato cabe à comissão política concelhia, que, estatutariamente, deve depois ouvir os militantes. No entanto, o dirigente confirmou também que nesta reunião foi discutida a necessidade de um cabeça de lista «o mais abrangente possível em termos de sociedade civil», isto para cativar eleitorado que não é militante do PSD.

O certo é que, na noite de segunda-feira, João Prata não assumiu a intenção de ser candidato à Câmara da Guarda, o que lhe pode sair caro no futuro. Resta saber se o presidente da concelhia ainda quer assumir esse desafio ou sonha com “voos” mais altos, integrando, por exemplo, as listas à Assembleia da República. Contactados por O INTERIOR, alguns militantes que participaram na reunião de segunda-feira garantiram que o também vice-presidente da distrital está cada vez mais virado para a segunda opção. «João Prata considera ser esse um lugar a que tem direito pela sua dedicação ao partido há mais de duas décadas», concretiza um deles. A O INTERIOR, o líder da concelhia da Guarda admitiu apenas que a reunião do plenário «correu bem» e que «a seu tempo será anunciado o nome do candidato», sublinhando que continua tão disponível como «qualquer outro militante» para o que o PSD precisar.

Nestas circunstâncias não será de estranhar o ressurgimento de Crespo de Carvalho, eleito como independente na lista de Ana Manso em 2001. O empresário tem-se insinuado sobremaneira no último ano e até parece encaixar no perfil de candidato oriundo da sociedade civil que o PSD procura lançar na Guarda. O problema é que o partido não lida muito bem com candidatos independentes – como demonstra o passado recente. Além disso, muitos históricos receiam que o protagonismo do antigo vereador na comunicação social lhes retire algum poder na concelhia e na própria distrital. Mas, ao que parece, Álvaro Amaro vai anunciar «brevemente» o candidato.

Luis Martins

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