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PSD «chocado» com afirmações de Manuel Pinho

Socialista Fernando Cabral considera que chegou o momento de se fazerem «campanhas e, eventualmente, um “road-show” para divulgar as potencialidades de negócio na Guarda»

O PSD da Guarda repudia as «desastrosas» declarações de Manuel Pinho a propósito dos despedimentos na Delphi. Em comunicado, os social-democratas consideram que as afirmações do governante «constrangem, magoam e chocam os habitantes da Guarda e, particularmente, todos os trabalhadores» daquela unidade fabril.

«O ministro da Economia afirma, candidamente, ser normal que uma empresa feche numa cidade e amplie a sua capacidade de produção noutra cidade que dista 100 quilómetros, não cuidando sequer de questionar esta pouco explicada decisão empresarial», criticam. Para a concelhia, trata-se de uma «manifestação de desprezo», que deveria ter sido refutada «de forma veemente» pela Governadora Civil e pelo presidente da Câmara. Mas de Joaquim Valente, o PSD esperava mais, sobretudo que revelasse «as soluções em carteira para colmatar as necessidades próximas dos guardenses e não continuasse simplesmente a apresentar projectos que a Guarda se cansou de ouvir, mas não vê concretizados». Por isso, aguarda agora que o PS local desenvolva «a sua magistratura de influência» junto do Governo para compensar os impactos sociais e económicos decorrentes dos despedimentos.

Muito crítico está também o PCP, que recorda que este desfecho era previsível: «Há muito tempo que vimos alertando os poderes públicos para a falta de medidas necessárias à continuação desta empresa e do nível de emprego», refere um comunicado. «Os nossos apelos, alertas e propostas, “caíram em saco roto”, o Governo não tomou qualquer iniciativa. O mesmo se pode dizer da Câmara da Guarda, que esteve sempre de costas voltada para a empresa e seus trabalhadores», criticam os comunistas. Manifestando solidariedade para com os trabalhadores da Delphi, a Direcção da Organização Regional exige ainda medidas para impedir «este desastre social para o concelho da Guarda e para a região». Para o PS, a situação é «um rude golpe para todo o tecido sócio-económico do distrito», disse Fernando Cabral. E na hora da crise, o deputado e presidente da Federação da Guarda sublinhou que o distrito «precisa da ajuda do Governo» para aqui localizar novas empresas que criem emprego.

«Esse é que o verdadeiro problema do despovoamento do interior, até os benefícios fiscais já se revelaram insuficientes para atrair investimentos», reconheceu, recordando que, em 2000, «não havia mão-de-obra disponível na região para a Delphi», que nessa altura empregava cerca de 2.300 trabalhadores. Para Fernando Cabral, terá chegado o momento de se fazerem «campanhas e, eventualmente, um “road-show” para divulgar as potencialidades de negócio na Guarda».

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