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PS fecha lista contestada pelas concelhias da Guarda e Seia

Duas das maiores secções socialistas do distrito não foram tidas nem achadas no processo de escolha dos candidatos que foi validada anteontem pela Comissão Política Nacional

O PS é o primeiro partido a fechar a sua lista às legislativas pelo círculo da Guarda, mas o resultado não agrada a todos. É o caso das concelhias da Guarda e de Seia, duas das maiores secções do distrito, que já fizeram saber do seu descontentamento.

Na Guarda, o secretariado da concelhia não gostou da forma como decorreu o processo de elaboração da lista de candidatos e muito menos que António Saraiva tenha aceite o quarto lugar. O descontentamento ficou lavrado num comunicado divulgado na sexta-feira em que João Pedro Borges manifestou «o desagrado» por o militante e ex-coordenador da Agência para a Promoção da Guarda ter aceite ir em quarto na lista, «um lugar que mais uma vez em nada dignifica a Guarda», um dia após ter participado na reunião da comissão política de 12 de julho onde também se terá comprometido a defender a reivindicação do segundo ou terceiro lugar para a concelhia guardense. Para o dirigente, o que se passou é «uma traição». Contactado por O INTERIOR, António Saraiva escusou-se a comentar as acusações, esclarecendo que se disponibilizou para integrar uma lista «em prol do distrito». «Os dados estão lançados. Temos é que partir para o debate de ideias, a apresentação de projetos e lutar para que sejam concretizados a bem do desenvolvimento do distrito. O resto deve ser discutido internamente», acrescentou o candidato

João Pedro Borges, que o secretariado concelhio tinha indicado como seu representante na lista de candidatos a deputados, acusa também a Federação Distrital de «não respeitar as pretensões e indicações» da secção guardense, «demonstrando uma clara falta de respeito pelo relacionamento institucional entre estruturas». Tudo porque a concelhia deliberou que o seu representante deveria concorrer «em segundo ou terceiro lugar no caso de existir quota nacional, uma vez que o cabeça-de-lista já era conhecido». O que não aconteceu. Segundo apurou O INTERIOR, esta opção fica a dever-se ao fraco desempenho dos socialistas guardenses desde a derrota histórica nas autárquicas de 2013. Apesar desta desavença, a concelhia garante «todo» o seu apoio a António Costa e promete empenhar-se pela vitória do PS nas próximas legislativas.

Em Seia, a concelhia autoexcluiu-se do processo e não indicou nenhum nome para a lista a candidatar pelo círculo da Guarda. A secção liderada por Carlos Filipe Camelo, que também preside à autarquia, também reivindicava o segundo lugar e não gostou que o secretário-geral do PS tenha escolhido Santinho Pacheco para cabeça de lista, tendo imposto Maria Antónia Almeida Santos (filha de António Almeida Santos) a seguir. Contestação à parte, a lista foi aprovada no passado dia 14 pela comissão política distrital, que reuniu em Celorico da Beira, por 47 votos a favor e seis brancos, tendo sido ratificada por unanimidade no secretariado da Federação, o órgão executivo. Assim, são candidatos pelo PS na Guarda – e por esta ordem – Santinho Pacheco (Gouveia), Maria Antónia Almeida Santos (Lisboa), Olga Marques (Celorico da Beira), António Saraiva (Guarda), Miguel Carvalho (Manteigas e presidente da Federação da JS), Sandra Fortuna (Sabugal), Daniel Salvador (Trancoso) e Luís Filipe Reis.

A Federação destaca que esta composição resulta dos «vários contactos» mantidos entre o seu presidente, José Albano Marques, e o secretário-geral António Costa. «O distrito da Guarda pode assistir à histórica indicação para cabeça-de-lista de um cidadão natural, residente e conhecedor da nossa realidade e dos nossos problemas e potencialidades», sublinha a estrutura distrital socialista. As listas de candidatos a deputados foram validadas pela Comissão Política Nacional do partido na terça-feira, após o fecho desta edição, não sendo de esperar alterações às propostas da Guarda.

Luis Martins António Saraiva disponibilizou-se para integrar lista e foi acusado de «traição» pelo PS da Guarda

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