De passagem pela Guarda no último sábado, Jerónimo de Sousa considerou que a nova liderança do PSD «não quer o Bloco Central», mas denunciou que PS e PSD, «no fundo, têm a mesma política e apresentam as mesmas soluções para o país».
Na sessão de encerramento da VI Assembleia de Organização Regional da Guarda, o secretário-geral do PCP disse que o PSD «pode não querer o Bloco Central nas eleições, mas, até aqui, e acreditamos que num futuro próximo, o Bloco Central e a concertação estratégica continuará a verificar-se», entre os dois partidos. Jerónimo de Sousa sublinhou ainda que quem dava o PCP «como liquidado passou, recentemente, a levantar o espantalho do perigo do reforço comunista». «É curioso, muito curioso, que sejam precisamente os principais profetas da nossa morte, que venham agora anunciar a vida e o crescimento do PCP», afirmou. Nesta passagem pela Guarda, o líder comunista falou ainda da crise económica e social que Portugal atravessa, considerando uma «realidade insofismável» o empobrecimento dos portugueses.
«O custo de vida tornou-se um pesadelo para as famílias e a perspectiva do seu continuado agravamento, nomeadamente dos preços dos bens alimentares, dos combustíveis, dos juros, exigem uma resposta urgente», reclamou. No entanto, denunciou que, neste quadro de «profunda crise» económica e social, o Governo «não só não toma medidas, como se impõe, como ainda agrava a situação, como é o caso da saúde em que os custos para os utentes não páram de crescer». Quanto ao interior, Jerónimo de Sousa constatou que «nestes quase três anos de Governo do PS, não se vislumbra qualquer iniciativa credível para inverter a actual situação de declínio das regiões do interior e da fronteira». A esse propósito, recordou que os comunistas apresentaram sete «medidas de emergência» na Assembleia da República «para evitar o pior, para evitar a destruição de sectores, para apoiar os trabalhadores, os desempregados, os reformados e idosos e os sectores mais afectados pela alta dos preços».