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PS e PSD divergem sobre contas de 2014 da Câmara da Guarda

Grupo Município da Guarda tinha uma dívida de 41,8 milhões de euros no final do ano passado

No final de 2014, a dívida do grupo Município da Guarda, empresas municipais e Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) incluídas, ultrapassava os 41,8 milhões, de acordo com o relatório de gestão consolidado. O documento relativo à prestação de contas consolidadas de 2014 foi aprovado, por maioria, com a abstenção dos eleitos do PS, na passada segunda-feira e será votado na Assembleia Municipal de terça-feira.

Segundo o documento, as dívidas de curto prazo eram da ordem dos 13,6 milhões de euros a 31 de dezembro do ano transato, enquanto as de médio e longo prazo cifravam-se em mais de 28,1 milhões de euros. «Passou-se dívida de curto prazo para longo prazo, sendo agora necessários três mandatos e meio para a liquidar», criticou Joaquim Carreira, tendo o presidente Álvaro Amaro respondido que «reestruturar a dívida é um sinal de boa gestão». Nesta sessão, o executivo aprovou também a primeira revisão orçamental de 2015, tendo os vereadores do PS optado novamente pela abstenção. «Esta revisão resulta da necessidade de fazer despesa com compromissos assumidos. É navegação à vista, pois o orçamento devia ter sido mais realista no início do ano», declarou o eleito do PS, para quem o documento é o resultado de «ginástica contabilística». Segundo Joaquim Carreira, «esta Câmara, tal como o atual Governo, soma dívida em cima de dívida».

A primeira revisão orçamental do ano contempla agora um valor de cerca de 43 milhões de euros, mais dois milhões do que a versão aprovada no final do ano passado. Segundo Álvaro Amaro, este aumento fica a dever-se ao enquadramento do saldo de saldo de gerência do ano anterior, de 908 mil euros, e à inscrição de novas despesas decorrentes da internalização das empresas municipais (1 milhão de euros) e de receitas (cerca de 275 mil euros). Mas também a negociações com fornecedores de energia (263 mil euros) e à estimativa de valores a receber, mais de 246 mil euros, por candidaturas apresentadas aos fundos comunitários. Com base nestes elementos, Álvaro Amaro respondeu a Joaquim Carreira acusando-o de proferir um «chorrilho de asneiras técnicas», já que o executivo «tomou decisões em função de um planeamento, ao contrário do que se fazia nesta casa no passado».

Nesta reunião, a Câmara deliberou adjudicar à firma António Saraiva & Filhos os trabalhos de remodelação do pavilhão do parque municipal para acolher o “contact center” da Randstad. A obra foi entregue pelo preço de 149,9 mil euros, mais IVA.

Luis Martins Joaquim Carreira falou em «navegação à vista», Álvaro Amaro acusou socialista de dizer um «chorrilho de asneiras técnicas»

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