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PS diz que Câmara da Guarda vai ficar na história como «a mais gastadora»

Na reunião do executivo de segunda-feira, os socialistas reiteraram que desconfiam do valor da dívida de mais de 91 milhões de euros e que até agora as obras e outras atividades realizadas foram pagas com dinheiro do município.

Os vereadores do PS na Câmara da Guarda querem saber quanto já gastou a autarquia nas contratações por ajuste direto, mas também quais as candidaturas a fundos comunitários ou outros apoios aprovadas nos últimos 17 meses para projetos e obras que, pelas suas contas, custaram «entre 2 a 3 milhões» de euros. «Que tenhamos conhecimento, nenhuma foi aprovada, logo as obras e as atividades têm sido feitas com dinheiro do município», disse Joaquim Carreira.

Na reunião do executivo da passada segunda-feira, os socialistas reiteraram que desconfiam do valor da dívida de mais de 91 milhões de euros anunciado pela maioria PSD/CDS-PP no ano passado e que motivou um plano de saneamento financeiro. «Este executivo tem atuado como se a Câmara não tivesse qualquer dívida, cujo valor consideramos que está empolgado, fazendo quatro a cinco adjudicações externas por mês com custos reais para o erário municipal», afirmou o vereador, para quem a Câmara presidida por Álvaro Amaro pode vir a ficar «na história do poder local da Guarda como a mais gastadora». De resto, nesta sessão o executivo aprovou, por maioria, a contratação externa de um estudo prévio de arquitetura, por 27 mil euros, para a requalificação da área que abrange o parque municipal, o parque de campismo e as antigas piscinas municipais.

Neste caso, o PS votou contra alegando que a Câmara tem «técnicos competentes» para realizar o estudo, realçando, no entanto, que se trata de uma «intervenção pertinente». Mas pouco depois absteve-se nos quatro pontos relativos à organização da segunda edição da Feira Ibérica de Turismo (FIT). Trata-se de quatro contratações de serviços por ajuste direto em que o município vai desembolsar mais de 275 mil euros para a logística e aluguer de equipamento de som, luz, vídeo e multimédia; segurança e vigilância do recinto e animação e promoção do evento. Aqui, José Igreja justificou a abstenção dizendo que «a festa foi bonita, cantou-se, dançou-se e beberam-se uns copos, mas não senti que a Guarda tenha beneficiado alguma coisa com a FIT no último ano». Isto, tendo em conta os 250 mil euros investidos na primeira edição e os 275 mil que se prevê gastar este ano, acrescentou.

Na resposta, Carlos Chaves Monteiro – que presidiu à reunião na ausência nos Estados Unidos de Álvaro Amaro – afirmou que «a cidade aderiu em massa» à primeira edição da FIT, cujos custos foram comparticipados, e que este ano o espaço duplicou. «Mesmo assim tivemos que recusar inscrições. A FIT já é uma marca regional catalisadora do desenvolvimento na área do turismo. Brevemente apresentaremos os dados que farão mudar de opinião os vereadores da oposição», declarou o vice-presidente. «O PS tem andado distraído. Há retorno das atividades realizadas pela Câmara, há mais refeições servidas nos restaurantes e mais dormidas nos hotéis de que há memória nos 37 anos de gestão socialista», acrescentou, acusando os socialistas de «procurarem razões para legitimar o passado». Quanto aos ajustes diretos, Chaves Monteiro disse esperar que o município fique na história mas por «apostar em projetos importantes» para a Guarda. Além disso, considerou que os contratos celebrados são «transparentes e obedecem à lei» e que se as empresas da cidade ou da região não ganham é porque «é a economia aberta a funcionar. Nesse sentido, o autarca lembra que, «no passado, não eram as melhores propostas em termos de qualidade e preço que ganhavam».

Parque municipal e antigas piscinas vão ser requalificados

A Câmara da Guarda quer requalificar a zona do parque municipal, parque de campismo e edifício das antigas piscinas municipais, tendo deliberado contratar um gabinete de arquitetura para apresentar ideias para o local. «É urgente definir a melhor solução urbanística para aquela zona abandonada e até degradada, no caso das antigas piscinas, e termos esses estudos prontos a tempo de os candidatar aos próximos fundos comunitários, que têm medidas para a reabilitação urbana», disse Chaves Monteiro. O objetivo é modernizar os equipamentos públicos existentes, criar zonas de lazer e construir um pavilhão de exposições «que faz falta à cidade», considera o vice-presidente, adiantando que esta intervenção também vai abranger a encosta do Bairro da Fraternidade. Na reunião de segunda-feira o executivo aprovou por unanimidade a proposta de delimitação de uma Área de Reabilitação Urbana (ARU) na zona urbana consolidada da cidade.

Luis Martins «Este executivo tem atuado como se a Câmara não tivesse qualquer dívida», afirmam os eleitos do PS

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