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PS denuncia «assalto ao poder» em Cantar Galo

Em causa está uma reunião convocada para a eleição de novos órgãos para aquela freguesia, realizada na última sexta-feira

A concelhia do PS da Covilhã acusou na última segunda-feira, em conferência de imprensa, Joaquim Matias, vereador do PSD, e Vítor Tomás Ferreira, presidente da Junta de Freguesia de S. Martinho, de «conduzirem e manipularem a seu belo prazer» uma Assembleia de Freguesia da qual «não eram membros». Os socialistas falam mesmo num verdadeiro «assalto ao poder».

Em causa está a convocação, na passada sexta-feira, dos órgãos da freguesia de Cantar Galo empossados a 4 de Novembro com o intuito de se proceder a uma nova instalação, uma vez que a anterior teria sido «ilegal». Isto, porque José Carrola, o novo presidente da Junta, eleito como independente, mas sem maioria, optou por aceitar propostas para a eleição dos vogais e da mesa da Assembleia de Freguesia, quando devia ter indicado nomes para o efeito, como prevê a lei, desde Janeiro de 2002. O PS acusa Joaquim Matias de se ter deslocado à referida reunião, acompanhado por juristas da Câmara da Covilhã e pelo presidente da Junta de S. Martinho, «afim de convencerem os presentes de que a eleição realizada a 4 de Novembro era ilegal», sendo a sua intervenção «inadmissível, ilegítima e ilegal», atentando contra a «livre escolha dos eleitores da freguesia de Cantar Galo». Contudo, na dita reunião acabaram por ser eleitos dois novos vogais (António Barroso e Mário Lucas) e um novo presidente da Assembleia d(António Soares). Escolhas que o PS refuta agora, alegando não ter havido quórum devido ao facto dos quatro representantes do PS e do elemento da CDU terem abandonado a sessão.

Contactado por “O Interior”, Joaquim Matias assegura que não existiu «nada de anormal» na reunião da última sexta-feira, explicando ter-se deslocado ao local a convite de José Carrola, por estar «interessado na vida do concelho, e consequentemente, das suas freguesias» e a pretexto de «assistir à instalação dos órgãos de Cantar Galo, uma vez que o primeiro acto teve implícito duas ilegalidades». O vereador social-democrata desvaloriza as acusações feitas pelos socialistas e garante que não conduziu «reunião alguma». «São acusações que partem de quem não assistiu sequer à reunião, por não estar interessado no concelho», acrescentou. No entanto, a concelhia do PS já disse que vai dar conhecimento do sucedido às autoridades competentes «para que procedam em conformidade», assegurando ainda que «os eleitos para a Junta e Assembleia de Freguesia irão assumir o lugar para o qual foram eleitos». Outra situação igualmente polémica foi denunciada pela CDU de Gouveia, relativamente à freguesia de S. Pedro, onde o cabeça de lista do PS se terá recusado «a fazer uma proposta de composição do executivo que contemple as três forças políticas» com eleitos naquela Assembleia de Freguesia.

Rosa Ramos

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