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PS cerca Júlio Sarmento por causa de assessores e negócios

Oposição acusa autarca, que cumpre o seu último mandato, de gastar demais com o seu gabinete de apoio pessoal e com as parcerias público-privadas

O PS promete dificultar a vida de Júlio Sarmento, que cumpre o seu último mandato à frente da Câmara de Trancoso. Na semana passada, os socialistas locais acusaram o autarca, que já vai no sétimo mandato consecutivo, de «esbanjar dinheiros públicos» com mais uma nomeação para o seu gabinete de apoio pessoal.

A denúncia é de Amílcar Salvador, vereador do PS na autarquia, que se confessa surpreendido com a decisão de Júlio Sarmento, no cargo há 26 anos. «Em Abril do ano passado foi nomeado como adjunto o candidato social-democrata derrotado à Junta de S. Pedro, que aufere mensalmente cerca de 2.197 euros. Este cargo coexiste com o de um secretário, também de nomeação política, cujo salário base é de 1.648 euros. Como se a afronta aos munícipes ainda não fosse suficiente, foi recentemente escolhido para chefe de gabinete o presidente da Junta de Palhais, com remuneração base de pouco mais de 2.472 euros», critica, estimando que os encargos anuais com este gabinete sejam de quase 88.500 euros. «Numa altura em que se fazem cortes nos salários da função pública, a Câmara de Trancoso aumenta a despesa com o pessoal», acusa o socialista, que duvida da necessidade destes assessores. «Quantas obras prioritárias não poderiam realizar-se com tal montante?», interroga-se.

Na resposta, Júlio Sarmento, o autarca mais antigo do distrito da Guarda, classifica de «demagógicas e não verdadeiras» as afirmações do socialista. «Durante 24 anos, não preenchi o gabinete privativo, a que tenho direito, ao contrário da generalidade dos meus colegas. Agora, que o fiz, no estrito cumprimento da lei, veio o PS falar de despesismo, quando se trata de uma situação normal», sustenta. Tanto assim que o edil aponta o exemplo da vizinha Câmara da Mêda, presidida por um socialista desde as últimas autárquicas, onde «o gabinete do presidente está constituído com o mesmo número de elementos que em Trancoso», constata. Mas esta não é a única polémica levantada pelos socialistas, que voltam ao ataque com as três parcerias público-privadas (PACETEG) que o município celebrou com a construtora Manuel Rodrigues Gouveia.

Em causa estão os custos que a Central de Camionagem, o Campo da Feira e o Centro Cultural de Vila Franca das Naves deverão representar nos próximos anos. Também aqui Júlio Sarmento é acusado de «comprometer o futuro de Trancoso» por o município «ter de pagar pelas três obras, em mais de 24 anos, mais de 23,6 milhões de euros», ironizando Amílcar Salvador ao dizer que o município, «ao longo destes últimos anos, tem estado sempre na vanguarda quando se trata de contratos ruinosos». Nesta matéria, Júlio Sarmento esclarece que aquelas empreitadas custaram «cerca de 7,1 milhões, sem IVA, já reembolsado» e que o contrato «ficou reduzido a parceria por vontade do município». Além disso, acusa os socialistas de fazerem mal as contas por não descontarem o valor pago pelos terrenos e a execução de projectos, em que «só o município recebeu 475 mil euros», pelo que as referidas obras custaram apenas mais de 5,7 milhões de euros. «Montante que não se deve confundir com o valor da integral amortização ao longo de 25 anos do empréstimo à CGD por parte da PACETEG», acrescenta o social-democrata.

Palácio Ducal

Outro negócio posto em causa pelos socialistas é a aquisição por 900 mil euros do Palácio Ducal. «Por que não se adquiriu a preço de mercado, tendo em conta o seu deplorável estado de degradação?», interroga Amílcar Salvador. O vereador da oposição também quer saber por que não foi a “Ducalgest”, anterior proprietária do imóvel, responsabilizada pelas obras de consolidação deste edifício histórico, «como se havia deliberado antes da aquisição», lamenta. Recorda ainda que a dita sociedade recebeu «200 mil euros, ao abrigo do programa de apoio ao investimento da Câmara, para recuperar o imóvel, mas que o projecto que nunca, nunca, teve um cêntimo de investimento real». Júlio Sarmento tem outra versão: «A Câmara celebrou um contrato promessa de compra e venda com a Ducalgest para aquisição por 500 mil euros do Palácio Ducal e de um outro edifício e terreno, confinante, que fecha o quarteirão, por 200 mil. Em compensação pelas indemnizações (200 mil euros), esta verba será devolvida à Câmara por aquela empresa», adianta.

Luis Martins Aquisição do Palácio Ducal é um dos negócios postos em causa pelos socialistas

Comentários dos nossos leitores
António Sequeira antoniosequeira_vilares@hotmail.com
Comentário:
“No estrito cumprimento da Lei” ipsis verbis!!!!
 
C. Casal ncasalanonimo@gmail.com
Comentário:
Muitas histórias a cheirar a esturro se contam sobre Trancoso, no entanto morrem todas na praia. Conclusão não são verdadeiras são mentiras políticas?
 

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        assessores e negócios

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