O proprietário de um terreno com pinheiros e carvalhos em Badamalos, no concelho do Sabugal, acusa a EDP de lhe destruir várias árvores com um desbaste efetuado sob as linhas elétricas que atravessam a sua propriedade.
«No passado dia 27 de julho invadiram o local sem autorização e não comunicaram que iam fazer aquela intervenção. Entraram por ali adentro, cortaram de forma arbitrária e abusiva e ainda deitaram um muro abaixo», denuncia João Nobre, que se queixa dos prejuízos causados. «Este desbaste selvagem impede o crescimento dos pinhos, que foram plantados há cerca de vinte anos e dos quais nunca chego a ter rendimento porque acabam por morrer por causa da EDP», afirma o proprietário. Segundo João Nobre, esta foi a segunda vez que tal lhe aconteceu, tendo reclamado na primeira ocasião. «A EDP respondeu que a lei permite este tipo de procedimento quando a limpeza não é feita pelos proprietários. Mas, a existir, esta lei é do tempo da “outra senhora”. É um abuso, é o que é», considera, adiantando que faz «regularmente» a limpeza do terreno que herdou do pai no lugar de Marinhol, no limite da freguesia.
O proprietário está inconformado com este modo de atuação, tanto mais que, em 2013, a empresa pediu, por escrito, autorização para intervir noutro terreno seu, na zona de Santa Maria da Feira. «Permiti os trabalhos, que acompanhei no local e não houve prejuízos. Em Badamalos, se calhar por estar longe de tudo, o procedimento foi outro, nem me deram satisfações», critica João Nobre, que já fez uma reclamação junto da empresa elétrica e apresentou queixa na GNR, que vai averiguar o sucedido. Confrontada por O INTERIOR, fonte do gabinete de comunicação da EDP confirmou que houve uma limpeza de faixas sob linhas de média tensão em Badamalos e que o aviso da referida intervenção terá sido divulgado «num edital publicado em jornais de grande tiragem». A mesma fonte adiantou que a elétrica vai entrar em contacto com o proprietário para «avaliar os danos» e «resolver o assunto».
No entanto, lembrou que, por lei, são os donos dos terrenos ou as autarquias que devem fazer o desbaste do arvoredo existente sob as linhas elétricas. «Nós avançamos quando não o fazem e porque temos os meios, numa intervenção que é necessária sobretudo neste período crítico de incêndios. Mas são cortes cirúrgicos», sublinhou o gabinete de comunicação da EDP.
Luis Martins