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Projecto final da Alameda da “Ti’Jaquina” esperado em Abril

Câmara da Guarda poderá aprovar nova grande avenida da cidade até ao Verão

A tão esperada Alameda da “Ti’Jaquina” parece estar mais próxima de se concretizar. A Câmara da Guarda espera receber o projecto final nas próximas semanas, depois de realizados alguns acertos urbanísticos e de alguns “chumbos” na proposta inicial. Ao que parece, todas as correcções já foram ajustadas entre a autarquia e o Instituto de Estradas de Portugal (IEP), confiando o director do Departamento Técnico de Obras e Urbanismo da Câmara, Luís Borges, que o processo vai agora desenvolver-se mais rapidamente por a intervenção necessitar apenas de um Plano de Pormenor «simples».

Apesar de ter sofrido algumas alterações, a configuração da nova grande artéria da cidade mantém-se semelhante à da Avenida da Liberdade, um espaço nobre de Lisboa, e promete resolver num futuro muito próximo o problema das ligações da A23 e Viceg ao centro da Guarda. A alameda, que ainda não tem designação oficial, apresenta-se também como uma da mais atraentes e espaçosas portas de entrada da cidade, surgindo entre os bairros da Senhora dos Remédios e da Luz. O actual estudo, que deverá chegar brevemente à Câmara para ser aprovado pelos técnicos e políticos do município, será posteriormente apresentado a uma comissão científica. Contudo, a sua concretização está para muito próximo, visto que se aguarda já a «solução final», como explicou Luís Borges. Trata-se de uma obra paga pelo IEP, enquanto a Câmara Guarda vai ter que resolver as expropriações dos terrenos necessários à sua implementação numa zona densamente povoada. A área total de intervenção prevista é de 20 hectares e vai ainda possibilitar a requalificação dos bairros residenciais limítrofes.

Nesse sentido, a autarquia está a aplicar um sistema de periquação que, segundo Maria do Carmo Borges, presidente da Câmara da Guarda, é um «método pouco utilizado no país, mas apesar da sua morosidade parece-me ser o mais adequado neste caso». Na prática, garante a todos os proprietários de terrenos a partilha proporcional e equitativa da receita global proporcionada pelo empreendimento, valores a pré-definir no âmbito de uma eventual sociedade constituída pelos donos. A solução adoptada evita a derrapagem dos preços das expropriações e os consequentes atrasos nas negociações. Porém, a via que já deveria ter sido rasgada durante os trabalhos da segunda fase da Viceg, concluídos em finais de 2001, conheceu várias vicissitudes. Isto porque as soluções propostas inicialmente pelo IEP foram “chumbadas” pela autarquia, que exigiu várias alterações. Neste momento, Luís Borges refere que já foram realizadas «algumas correcções e pequenas alterações de compatibilização com compromissos que já havia». Limadas as “arestas”, a autarquia espera receber a «solução final» nas próximas semanas.

Aquele responsável garante que não há alterações «muito significativas» ao projecto inicial, mas espera que a questão de ordem urbanística venha «mais bem definida». Apesar da lentidão que o projecto carrega consigo, o director do Departamento Técnico de Obras e Urbanismo acredita que o processo irá desenvolver-se com «alguma rapidez daqui para a frente, uma vez que a intervenção carece apenas de um Plano de Pormenor «relativamente simples» dado não abranger terrenos de REN ou RAN ou outro género de entraves. Como “O Interior” já tinha noticiado em Março do ano passado, o projecto da Alameda da “Ti’Jaquina” é um plano abrangente a toda a área envolvente, propondo o tratamento urbanístico dos bairros limítrofes, nomeadamente da Senhora dos Remédios e da Luz. De resto vai criar uma nova área de construção nas margens da via, cuja configuração será semelhante à Avenida da Liberdade. A futura alameda terá uma via central com 70 metros de largura e quatro faixas de rodagem, numa extensão de cerca de mil metros. A estrada principal ficará separada das vias secundárias de acesso aos bairros por duas áreas verdes e ajardinadas.

Patrícia Correia

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