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PSD exige mais investimento público na Guarda

Encontro Distrital de Autarcas discutiu reformas administrativas e políticas, mas também reclamou mais atenção do Governo

Ministros, deputados e figuras de proa do poder local social-democrata participaram durante dois dias na Guarda no primeiro Encontro Distrital de Autarcas. A iniciativa abordou a nova organização administrativa, a reforma do sistema político e o futuro do poder local, mas também serviu para Ana Manso recapitular os projectos essenciais ao distrito. «O investimento público deve ser o motor do desenvolvimento do interior», sublinhou a líder do PSD guardense, reclamando para 2005 um PIDDAC (Programa de Investimentos e Desenvolvimento das Despesas da Administração Central) «mais justo e mais digno» para a Guarda.

Nessas políticas de valorização do interior, Ana Manso dá como adquiridos a construção do novo hospital da Guarda, da Plataforma Logística, do Museu do Côa e a continuidade dos incentivos fiscais para os empresários. Projectos que são já um «sinal de esperança» para o distrito e aos quais gostaria de acrescentar a concretização da Escola Superior de Saúde da Guarda, dos novos quartéis da GNR e da PSP, bem como a Auto-Estrada 25, entre Aveiro e Vilar Formoso, sem portagens. «A nossa aposta são as marcas regionais, o turismo e a posição geoestratégica da Guarda», acrescentou, lembrando que os autarcas do interior foram os «mais sacrificados» com a política de austeridade imposta pelo Governo. «Há que evitar que esta região se transforme em reserva natural sem pessoas», reclamou, ao que o ministro das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, presente na abertura do encontro, respondeu que a Guarda não se pode queixar: «O distrito tem sido dos mais beneficiados pelo meu ministério no PIDDAC de 2004», disse Amílcar Theias, anunciando ainda que chegou o tempo de «não confundir o essencial com o supérfluo» no investimento público.

Nesse sentido, avisa que as «prioridades» do seu ministério vão para investimentos em saneamento e escolas básicas, mas também para a Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) da Guarda. «Aproveitem bem e depressa os últimos fundos do III Quadro Comunitário (QCA), porque a política europeia vai mudar. Haverá mais fundos, mas direccionados para a investigação, inovação, tecnologia, ambiente e energias renováveis», indicou, ao admitir o fim da «época do betão». No dia seguinte, Marques Mendes, ministro dos Assuntos Parlamentares, enalteceu o «papel notável» dos autarcas no desenvolvimento do país desde o 25 de Abril e apresentou a intervenção mais política da sessão. Começou por referir que Portugal está no «bom caminho», depois de ter «vivido acima das suas possibilidades e de se ter endividado nos últimos anos». Mas considera que chegou o momento de «colher os frutos» dos sacrifícios e esforços pedidos aos portugueses nos últimos anos: «O país voltou a ter credibilidade na Europa e junto dos investidores», garantiu, anunciando que 2004 será um «ano de viragem».

A encerrar a iniciativa, Ana Manso concluiu as jornadas dizendo que o PSD «sempre se mostrou favorável» ao princípio da limitação dos mandatos políticos por entender «privilegiar o princípio da renovação do serviço político para inviabilizar acomodações sempre limitadoras e evitar tentações de perpetuação no poder». Miguel Relvas, secretário de Estado da Administração Local, Carlos Pinto, presidente da Câmara da Covilhã, Júlio Sarmento (Trancoso), Rui Rio (Porto), Álvaro Amaro (Gouveia), Teresa Pais Zambujo (Oeiras) e Fernando Seara (Sintra) foram alguns dos intervenientes neste encontro distrital.

Luis Martins

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