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Projecto de reflorestação da Serra da Estrela premiado

Iniciativa da ASE permitiu plantar 50 mil carvalhos numa encosta ardida do Vale do Zêzere

O dirigente da Associação Cultural Amigos Serra da Estrela (ASE), José Maria Saraiva, foi galardoado com o Prémio Nacional do Ambiente, pelo trabalho desenvolvido, entre Setembro de 2006 a Março deste ano, no projecto “Um Milhão de Carvalhos para a Serra da Estrela”. A distinção, atribuída pela Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente, destina-se a premiar o contributo daquele dirigente na reflorestação de uma área ardida. É que graças a esta iniciativa foram plantadas cerca de 50 mil árvores no Vale do Zêzere superior, numa zona atingida, em 2005, por um grande incêndio e que, segundo o vice-presidente da ASE, «merece uma intervenção urgente».

Trata-se de uma das maiores campanhas de reflorestação jamais lançadas na Serra da Estrela, na qual participaram mais de 30 entidades, num total de 1.641 pessoas. Desde escolas, universidades, clubes, associações de montanha, escuteiros, Força Aérea e pessoas anónimas, todos tiveram «um divertimento com responsabilidade», garante José Maria Saraiva, elogiando os «muitos participantes que vieram cumprir, por iniciativa própria, um dever cívico». O dirigente enaltece ainda o entusiasmo manifestado por quem veio «de fora» e «andou muito a pé para plantar árvores num território que não é deles», para além de terem suportado os custos com a estadia e deslocações. Em contrapartida, as entidades oficias ligadas à Serra da Estrela não tiveram, na sua opinião, o mesmo empenho. E por isso apela às autarquias da zona para que «apoiem todos aqueles que vêm plantar árvores», relembrando que «os concelhos da Serra, que consomem a sua água, deveriam ser os principais colaboradores». Para José Maria Saraiva, a «sensibilidade nacional pelo meio ambiente, muitas vezes não se verifica ao nível local». De resto, recorda que o programa não teve quaisquer apoios financeiros, pelo que os cerca de 15 mil euros gastos saíram directamente da ASE.

A plantação de espécies autóctones pretende contribuir para minimizar os riscos da erosão das encostas serranas, aumentar a capacidade de retenção de água nos solos, manter e fomentar a sustentabilidade dos recursos naturais e da biodiversidade, além de garantir a continuidade da actividade pastoril, de melhorar a paisagem e de promover o turismo na montanha. O sucesso da primeira iniciativa foi tal que a campanha está de regresso a 9 de Setembro, com a primeira recolha de sementes deste ano, na zona do Vale do Rossim. A actividade vai contar com a colaboração dos participantes na Grande Rota das Aldeias Históricas em BTT, organizada pela A2Z Adventures. Para 2 de Novembro está também prevista a plantação de 20 mil árvores na outra encosta do Vale do Zêzere, em conjunto com a Federação dos Produtores Florestais de Portugal (FPFP), que disponibilizará a mão-de-obra. Já a ASE terá que garantir as refeições e as sementes.

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