A nova produção do Projéc~ é um clássico da tradição oral portuguesa que Alexandre Herculano transformou em conto para o seu livro “Lendas e Narrativas”, publicado em 1851. “A dama pé-de-cabra”, com encenação e interpretação de António Terrinha, está em cena até amanhã no TMG.
Estreado ontem, o espetáculo decorre na caixa de palco do pequeno auditório, o cenário ideal para esta lenda fantasmagórica de uma bela dama que enfeitiça D. Diogo Lopes. A peça mantém a mesma linguagem do texto original de Alexandre Herculano (1810-1877), permitindo ao público viajar «no imaginário e língua de tempos idos, revivendo as nossas memórias coletivas enquanto povo e habitante desta península; são as nossas mais ancestrais raízes que voltam à tona. É uma belíssima história do nosso património cultural, onde a tradição e a lenda se misturam numa simbiose perfeita entre o onírico e o maravilhoso», refere a encenadora no texto de apresentação. Alexandre Herculano é considerado, com Almeida Garrett, o introdutor do Romantismo em Portugal, tendo a sua obra literária constituído o ponto de partida para o desenvolvimento da ficção moderna no nosso país.
Já Antónia Terrinha começou o seu percurso n’O Bando, tendo passado por outras companhias como A Comuna e a Cornucópia. Esteve ligada a projetos de teatro infantil, como atriz e encenadora. Dirigiu com Cândido Ferreira a companhia do Teatro Chaby Pinheiro, na Nazaré, e fundou a companhia “Teatro em Curso”. Participou também em filmes para cinema e televisão – atualmente, é uma das protagonistas da série “Pai à força”. “A dama pé-de-cabra”, que inclui sessões para as escolas, é a 14ª criação do Projéc~, a estrutura de produção teatral do Teatro Municipal da Guarda criada em 2006. José Neves (ator do Teatro Nacional D. Maria II), Luciano Amarelo, Rui Nuno (Centro Dramático de Évora) e Américo Rodrigues, ator, encenador e diretor do TMG, constituem o núcleo duro deste projeto.