Do Bonfim ao Centro Histórico
A nossa cidade está em obras. Desta vez, a iniciativa é feita dentro do Programa Estratégico de Regeneração Urbana da Guarda, que inclui a reabilitação de parte do Centro Histórico e de outros bairros da cidade, financiada por fundos europeus (FEDER) que visam a requalificação de alguns centros urbanos. A nossa cidade foi uma das 6 escolhidas, de entre um total de 25 candidatas, devido, em grande parte e nas palavras do Dr. Vergílio Bento, “à qualidade do projecto”. O primeiro passo foi delinear a zona de intervenção, à qual se chamou centro cívico – decidiu-se que a mesma seria constituída pelo centro histórico e por alguns bairros, como os da Luz e Bonfim. Depois estudaram-se estes espaços, descobrindo quais os problemas que mais os afectavam e planeando estratégias para os resolver. Assim, esta será uma reconstrução com “um caminho oposto”, já que o sentido da mesma será periferia – centro cívico, e não o contrário, como é habitual. E que mais a torna tão peculiar? O facto de não se limitar à reconstrução física do espaço, mas também à sua animação. Ela pretende dar uma identidade e espírito renovados à Guarda, acabando com quaisquer espaços marginais que possam existir.
Em relação à intervenção no Centro Histórico, a mesma passará, entre outras medidas, pela instalação de um circuito de vigilância, justificado, principalmente, pelo aumento do vandalismo a que temos assistido nos últimos tempos. Será também criada uma Brigada de Manutenção, composta por um carro, quatro pessoas e todo um conjunto de material técnico e de limpeza, que estará sempre alerta e que intervirá na reparação e limpeza de espaços e materiais quando e onde necessário. Na zona de S. Vicente um edifício será recuperado e utilizado como um Centro de Dia para Idosos, fornecendo também apoio domiciliário a famílias mais carenciadas que habitem aquela. Vai ser ainda criado um Circuito Urbano, para que todos possamos exercitar o nosso corpo gratuitamente, enquanto beneficiamos do ar puro, só limitado a privilegiados. Exemplos de actividades já realizadas foram “Passos à volta da memória” (teatralização da história do Centro da Guarda) e as animações de bairros durante o Verão, bem como a criação de caminhos em calçada desde o Paço do Biu até ao Torreão, obra que contribuiu imensamente para uma melhoria do aspecto da nossa cidade.
Também a rua Almeida Garrett, em frente à Escola Secundária da Sé, vai sofrer alterações: vai passar a ser de sentido único. Uma vez que a mesma é muito frequentada pelos alunos que têm aulas nesta escola, os passeios serão aumentados, com o intuito de lhes facilitar a mobilidade, e essa estrada passará a ter o sentido Euro Latina – Central de Camionagem. Para os carros se movimentarem no sentido oposto terão de descer pela Rua Padre António Vieira.
Outra zona a ser intervencionada é o designado Arco Comercial, que começa no Vivaci, desce até à rotunda junto ao Colégio de S. José, segue até à rotunda da Ti Jaquina e termina na Central de Camionagem.
Contudo, é nos Bairros que a maior parte das obras se vão registar. Tencionando melhorar a qualidade de vida nos mesmos e provê-los de uma identidade própria, tradição e cooperação entre os residentes, “um pouco como nas aldeias”, diz-nos o Dr. Vergílio Bento, medidas como a criação de um Salão de Convívio no Bairro da Luz ou de um espaço de lazer em redor da Capela do Bonfim serão tomadas.
Este projecto, encarado por muitos como o seguidor do Programa Polis, conheceu o seu início em 2009 e planeia-se que seja concluído até 2013. O seu valor ronda os 10M €, e conta não só com a intervenção da Câmara Municipal, mas também com a participação de diversas outras entidades, como a Culturguarda, o Centro Comunitário de Acção Social de S. Vicente, a Associação Comercial da Guarda, a Agência de Promoção da Guarda e o Centro Cultural, Social e Recreativo do Bairro da Luz, envolvendo assim mais activamente toda a comunidade no que pretende ser um ingrediente para a promoção, o desenvolvimento e a unificação desta bela cidade.
Ana Lurdes Logrado (11º A)
