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Professora despedida «injustamente» em Alpedrinha

Sindicato diz que docente terá sido despedida «por ter feito auto e hetero-avaliação»

A delegação da Covilhã do Sindicato de Professores da Zona Centro (SPZC) acusa o Externato Capitão Santiago de Carvalho, em Alpedrinha (Fundão), de ter despedido uma professora «injustamente». Laura Freire, que foi professora de Português/Francês durante 13 anos naquele colégio privado, é acusada, pelo externato, de «violação por forma grave, os deveres prescritos legal e contratualmente impostos ao trabalhador».

Segundo a delegação da Covilhã do SPZC, a professora terá sido despedida «com justa causa por ter feito a auto e hetero-avaliação numa das turmas a que dava aulas». Segundo Laura Freire, a direcção do colégio alegou teve um comportamento desleal e terá dito aos alunos o que se terá passado em conselho de turma. No entanto, a primeira contradição começa nas datas em que a docente terá feito a auto e hetero-avaliação e a reunião de professores. «Como poderei ter contado alguma coisa aos alunos se fiz a avaliação a 22 de Março e o conselho de turma foi só no dia 27», questiona. Laura Freire conta ainda que após a reunião e um período de férias «começo a aperceber-me que havia qualquer coisa diferente na escola em relação a mim». No entanto, a docente assegura que nunca foi chamada à atenção pelo director. Entretanto, em Julho de 2006, enquanto ainda estava de baixa médica, devido a um acidente rodoviário, recebeu uma carta onde é indicado que lhe iria ser aplicado um processo disciplinar. Mais tarde, vê-lhe ser aplicada uma suspensão disciplinar «sem direito a entrar na escola», refere. Depois de lhe ter sido dada alta médica, e na véspera do dia em que teria que se apresentar na escola, a 20 de Novembro de 2006, a professora voltou a receber outra carta, desta vez com uma suspensão remunerada, que segundo a mesma está prevista na Lei, e só a 6 de Janeiro deste ano, recebeu a carta de despedimento com justa causa. Laura Freire contou ainda que «havia um bom relacionamento entre a direcção e os colegas, embora cerca de três meses antes tenha começado a sentir-me observada». Segundo a professora, todos os testes eram revistos pela direcção, tendo algumas das provas sido «riscadas». Para além disso, Laura Freire conta ainda que «os alunos contavam-me que os outros professores liam os meus sumários, por isso acredito que já havia intenção de me despedir e para isso mandaram observar-me», sublinha. O processo encontra-se neste momento em tribunal e vai a julgamento no próximo dia 13 de Julho. Apesar das várias tentativas, “O Interior” não conseguiu falar com nenhum responsável do Externato Capitão Santiago de Carvalho.

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