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Prioridades, racional vs racionalizar

Crónica Política

O XVIIº Congresso do PS foi em tudo diferente deste XVIIIº. No anterior, ouviam-se vozes de “Zé estamos contigo”, neste as vozes eram de bastidores e envergonhadas e lá iam dizendo “Zé, não queremos nada contigo”. No anterior, em Matosinhos, decorreu num cenário mais de comício político, tendo chegado autocarros de todos os pontos do país, foi o maior desafio feito às CP Distritais, onde quem conseguisse mobilizar mais – significaria estar mais próximo do poder. Este XVIIIº decorreu em ambiente mais pacato, pouco mobilizado e com um líder que parece estar a pensar num entendimento com as forças da extrema-esquerda. Veja-se que em três dias de debate nunca se criticaram esses dois partidos, as críticas dirigiram-se apenas para o PSD, CDS e o Governo. Porém, o PS nunca será Governo abandonando o espaço do centro. Mas a verdade é que Seguro não está muito seguro, ficou evidente quer no discurso, quer nos atos que evidenciaram parca preparação mediática, ao contrário do que estávamos habituados com a liderança de Sócrates. Mas será tudo uma questão de timing!

No cenário do país a situação é diferente, acabou a época balnear, começa o novo ano letivo, mas também o início dos fortes ataques aos bolsos dos portugueses, pois o final do mês vai já trazer luz, gás e transportes mais caros, mas os aumentos não se ficam por aqui, pois os produtos alimentares de primeira necessidade são já anunciados para o mês seguinte, com o possível aumento do IVA. Porém, para todos nós, no interior, vamos ficar ainda mais desprotegidos com os pagamentos na circulação das Scuts A23 e A25. Não posso deixar de elogiar o diretor deste jornal pela força e determinação na defesa de um interior cada vez mais deserto e pobre, pois foi ele o promotor das diligências efetuadas, autor da petição pública contra as portagens que levou há poucos dias a voz de muitos de nós à Assembleia da Republica.

Ainda num cenário de mudança, Miguel Relvas anunciou recentemente o projeto de uma reforma autárquica com o objetivo de criar «coerência com a dimensão dos territórios e com a sua densidade demográfica», a nova lei eleitoral autárquica deve permitir ao Governo cumprir o compromisso de reorganização administrativa local até Junho de 2012, obrigando a um esforço de racionalização da organização municipal. Esta nova lei pretende também uma alteração do método de eleição, incluindo a redução do número de vereadores e dirigentes autárquicos. Enfim, a reforma administrativa deve ainda reduzir o número de Juntas de Freguesia e de eleitos locais, colocando limites aos dirigentes superiores e intermédios nas autarquias, por esta ordem e redução, a CMG fica apenas com dois vereadores e, claro, sem diretor municipal. Pode ser que assim haja mais dinheiro para o que realmente interessa ao nosso concelho.

São surpreendentes as opções para a gestão financeira da autarquia da cidade da Guarda, cortes nos apoios à atividade desportiva, que deixa de ser prioridade para o próximo ano financeiro, ao invés continuam a alimentar-se aquilo que o novo Governo de Passos Coelho e Paulo Portas já iniciaram – cortes nos serviços que não são prioritários, parece que na Guarda isso não é assim. Perpetua-se o Cibercentro, cujo painel de atividades poucos conhecem, não sei se nas associações culturais e desportivas os seus dirigentes conhecem o Cibercentro, o trabalho desta instituição, o seu plano de atividades… Surpreendente é o gasto desta entidade de 30 mil euros anuais das contas do erário público. Perguntaram à Guarda qual era a opção, Cibercentro ou apoios desportivos? são entendimentos como estes que muito têm afetado a gestão do ctual executivo que, porque agora é maior, evidencia ainda fraco entendimento na racionalização dos dinheiros públicos.

Por: Cláudia Teixeira

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