Está tudo pronto para mais uma edição do já tradicional “Cerco de Almeida”, que vai decorrer entre hoje e domingo.
O evento arranca com o 11º seminário internacional sobre arquitectura militar, com o tema “Fortalezas modernas e Identidades Nacionais”, a partir das 9h30, nas Portas Exteriores de Santo António, e a noite será dedicada ao fado, no Museu Histórico Militar de Almeida (22 horas). Amanhã, pelas 18 horas, dá-se início ao mercado oitocentista, com várias atividades programadas até à noite, entre elas a Tenda Náutica, uma evocação histórica e o Baile Oitocentista. O sábado costuma ser o dia mais forte, e é nesse dia que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, marcará presença na sessão de encerramento do seminário internacional. Segundo informação disponível no site da autarquia, o Chefe de Estado estará no Centro de Estudos e Arquitetura Militar, nas Portas Exteriores de Santo António, pelas 14h30. Hora e meia depois, Marcelo rebelo de Sousa inaugurará, em Vilar Formoso, o Memorial Aristides de Sousa Mendes na estação de caminhos-de-ferro da vila fronteiriça. Finalmente, às 18h30, o Presidente participará na cerimónia do arriar das bandeiras no edifício dos Paços do Concelho. Para a noite está prevista da batalha nocturna, com a explosão do castelo (23 horas)
A recriação histórica do cerco da praça-forte prossegue na manhã de domingo e terminam às 20 horas, dia em que está também marcado uma extensão do seminário internacional, com uma sessão de trabalho transfronteiriça em Ciudad Rodrigo. Segundo António Baptista Ribeiro, estima-se que passem por estes dias por Almeida cerca de 20 mil pessoas, sendo que só no sábado «deveremos receber entre 12 e 15 mil visitantes». Este é já um evento consolidado e o presidente da autarquia não dúvidas que «transvasa para lá da economia local, mexe também com a economia regional». O edil adianta que «os concelhos limítrofes a Almeida, não só do distrito da Guarda, mas também de Viseu, beneficiam com este evento, sobretudo no que que toca a alojamento».
Homenagem a Aristides de Sousa Mendes
Com inauguração marcada para sábado (16 horas) o Memorial Aristides de Sousa Mendes «será bem mais que isso é quase um museu». Quem o diz é a historiadora Margarida Ramalho que trabalhou ao pormenor cada detalhe. Segundo a especialista, o espaço com uma área de 500 metros quadrados é «bastante inovador» não só em termos arquitectónicos, mas também devido à tecnologia disponibilizada. Este memorial, que homenageia os sobreviventes do Holocausto, «recria a sua viagem até à fronteira portuguesa, com todas as peripécias» e, tem por isso uma «dimensão internacional e foi organizado em contacto com outros países», adianta a responsável. Na inauguração, Margarida Ramalho conta com a presença de refugiados que hoje vivem em vários pontos do mundo, como Israel, Luxemburgo ou Estados Unidos da América, que conseguiram salvar-se graças aos vistos assinados pelo cônsul português e chegaram a Vilar Formoso são e salvos.
Ana Eugénia Inácio