Numa conferência de imprensa realizada na Guarda, na segunda-feira, os vereadores eleitos pelo PS na Câmara de Gouveia fizeram um balanço «desastroso» dos 10 anos de Álvaro Amaro naquela autarquia.
Armando Almeida, cabeça-de-lista derrotado em 2009 e presidente da concelhia socialista, lembrou as promessas de Amaro para o seu primeiro mandato, em 2001, nomeadamente as relacionadas com o «setor industrial e do emprego» e com a «fixação de pessoas no concelho, especialmente os jovens». A este respeito, o vereador apresentou dados segundo os quais, nos últimos 10 anos, encerraram naquele concelho «mais de uma dezena de empresas, resultando daí cerca de 600 desempregados», tendo-se também verificado «uma diminuição da população em cerca de 12 por cento, que representa uma desertificação galopante». Perante este cenário, o socialista acusou o edil social-democrata de «assobiar para o lado», e de «responder ao definhamento acentuado de Gouveia com a realização de eventos caríssimos e sem qualquer impacto ou retorno na economia local».
Armando Almeida constatou ainda que «“a montanha pariu um rato”», argumentando que, «das promessas anunciadas, nada se cumpriu e as grandes obras realizadas nestes 10 anos já tinham sido lançadas pelo anterior executivo». Para o socialista, «Álvaro Amaro transformou Gouveia num dos concelhos mais pobres do país, deu origem ao maior êxodo de sempre, com uma emigração mesmo superior aos anos 60, pese embora o facto de ter beneficiado do maior investimento de sempre por parte do governo e transformou a dívida da Câmara em colossal, sem contar com casos em contencioso e faturas pendentes, que a transformam em abissal», declarou. Para tal tem contribuído uma gestão «sem planos e sem rumo», com «promessas que hoje verificamos não passarem de um divertido sonho deste autarca que não é mais que uma ilusão», acusam os socialistas.
Estas declarações dos vereadores da oposição surgem numa altura em que se fala na possibilidade de Álvaro Amaro abandonar a Câmara para assumir a presidência da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC). No entanto, Armando Almeida apela ao edil para que «não abandone o barco e termine o mandato até ao fim» para «prestar contas aos gouveenses». O vereador acusa ainda Álvaro Amaro de ser «um dos autarcas que mais caros ficam ao erário público», estimando que o funcionamento do seu gabinete custe anualmente 250 mil euros ao município devido «aos adjuntos, assessores, secretária, motorista e viatura». Os socialistas também duvidam da necessidade dos três vereadores a tempo inteiro.
Confrontado com estas acusações, Álvaro Amaro remeteu uma reação para concelhia local do PSD, que, em comunicado, classificou a tomada de posição dos eleitos socialistas de «cavernícola, caduca e eivada de maldizer». «Novidades, nenhumas, inverdades, mentiras e atrocidades, muitas», responderam os sociais-democratas, que acusam Armando Almeida de «não ser correto e falar do que não sabe». O PSD admite que Gouveia «podia estar diferente» e que «muito se fez, mas muito ficou e ficará por fazer». Contudo, recordam que, «nos últimos dezassete anos, o PS esteve quinze no governo e foi o PS que não deixou que se fizesse ainda mais», responsabilizando «as desastrosas governações socialistas que puseram o país a pedir esmola e que destruíram todas as condições de promoção do desenvolvimento e da criação de emprego no nosso concelho, no distrito e no país».
Fábio Gomes 
