Enormes troncos de castanheiro, ramos de carvalhos, heras e musgo, muito musgo, constituem o cenário de um dos presépios mais bem conseguidos este ano na região. Para comemorar a quadra, a Câmara do Sabugal desafiou os seus trabalhadores a recriar o presépio de Belém e o resultado está à vista na Praça da República, em frente aos Paços do Concelho.
O que se pode ver é uma autêntica aldeia de Natal, onde não faltam dezenas de figuras que recriam a magia e a espiritualidade de um elemento figurativo incontornável da época ao qual cabe representar o carácter religioso do momento. No Sabugal, não se levou a tradição por menos e ocupou-se o largo da Câmara com mais de cem toneladas de troncos de castanheiros para montar um cenário grandioso que pode ser visto até ao Dia de Reis. O objetivo é retratar o presépio tradicional, o de Belém, e pode lembrar a solenidade dos presépios de antigamente. Só que desta vez a uma escala em que os visitantes têm a perceção de fazer parte do presépio, já que podem deambular entre os diferentes quadros representados, como a chegada dos reis magos, a aldeia de Belém com o seu bulício, o estábulo onde nasceu o menino Jesus ou a adoração dos pastores.
No último sábado, uns franceses de passagem pelo Sabugal não esconderam o seu espanto pelo quadro patente em frente aos Paços do Concelho. O que mais os surpreendeu foi o diâmetro dos troncos de castanheiro usados. Inaugurado a 3 de dezembro, o presépio de Belém tem atraído ao Sabugal centenas de curiosos, que podem circular pelo cenário. O presépio é uma tradição fomentada por São Francisco de Assis, no século XIII, quando começou a divulgar a ideia de criar figuras em barro que representassem o ambiente do nascimento de Jesus. De resto, será dele o primeiro presépio, em 1224. A partir daí, a ideia foi-se propagando para os conventos e casas nobres, onde as representações se tornavam cada vez mais luxuosas.
