A Feira de São Bartolomeu é uma das mais antigas do país. De origem medieval, esmera-se como uma referência na modernidade da jovem cidade de Trancoso.
A “vila medieval” que vive um período de adaptação aos novos tempos, de êxodo rural e emigração, e tem nas Feira um período extraordinariamente relevante – em termos económicos e sociais.
Trancoso será, de 13 a 22 de Agosto, a capital do lazer na região. É assim todos os anos. O empreendedorismo e a capacidade de trabalho dos seus dirigentes têm contrariado, com razoável sucesso, a apatia generalizada na região. Os custos da interioridade, tantas vezes manifestação de incapacidade, não tolhem a vontade de promover e acreditar nos valores endógenos da “vila”.
Trancoso apostou há alguns anos na recuperação do património histórico, na valorização da sua história, no equilíbrio do seu desenvolvimento. A importância de tal decisão merece hoje o aplauso generalizado. A novel cidade, cheia de tradição, afirma-se cada vez mais no contexto regional como um dos poucos pólos de desenvolvimento. Com uma escola profissional dinâmica; um pavilhão multiusos com o volume necessário; uma feira de fumeiro única; uma zona de comércio tradicional de fazer inveja a muitos meios urbanos; um hotel de quatro estrelas; algumas empresas e serviços que garantem a sustentabilidade e prosperidade da “vila”; …
A terra de Bandarra podia continuar a olhar para o seu glorioso passado, mas não, Trancoso tem presente e ambiciona agarrar o futuro. Bem ao contrário de outras terras de estatuto similar.
Ao mesmo tempo que evoca os momentos altos da sua história (como o casamento de D. Dinis com Dona Isabel), de que se orgulha, aposta na inovação e no desenvolvimento.
Cidade afirmativa e dinâmica, com projectos e ambições, Trancoso vive um tempo de extraordinária valorização, em que a ancestral feira dá o mote para a promoção do desenvolvimento e atracção de visitantes.
Luís Baptista-Martins