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Preocupações – Pelas ruas da minha cidade

Crónica Política

Nos últimos tempos, temos assistido a um prolongado e contínuo esventramento das artérias da nossa cidade, acarretando um conjunto acrescido de transtornos para os automobilistas e moradores das zonas intervencionadas. Segundo a autarquia, trata-se de obras de regeneração urbana, tendentes a melhorar a fluidez de tráfego na urbe e, paralelamente, melhorar a imagem da cidade.

No entanto, apesar de ser evidente que havia muitas zonas urbanas cujas vias ombreavam orgulhosamente com bairros de Bagdade, após bombardeamentos aliados, não se compreende a demora ou a pertinência de certos trabalhos que, nalguns casos, cristalizaram no tempo.

É o caso das obras no Bairro da Senhora dos Remédios que, para além de ser densamente povoado, representa uma artéria fundamental para a ligação automobilística, ligeira e de pesados de passageiros, entre a VICEG e o centro da cidade, nomeadamente a zona da central de camionagem para onde confluem dezenas de autocarros diariamente. Não se compreende que há vários meses aqueles trabalhos estejam praticamente parados, provocando, para além do caos viário na zona, uma degradação acentuada de vários componentes dos veículos que aí transitam.

Por outro lado, é de dúbia pertinência a intervenção operada no troço que liga a rotunda da Ti Jaquina à rotunda do Colégio de São José. Aquando da apresentação desse projeto foi anunciada a abertura de uma faixa dupla nos dois sentidos, à semelhança do que já sucede na Av. Monsenhor Mendes do Carmo. Pareceu, no entanto, uma ideia pouco consistente, uma vez que, dada a morfologia da envolvente, era praticamente impossível alargar convenientemente aquela artéria de modo a conferir-lhe o carácter de dupla via, conforme o anunciado. Meses volvidos, a realidade encarregou-se de dar razão a tal inconsistência. Continuamos com uma obra inacabada, que pouco acrescentou ao anteriormente existente e na qual foram gastos (ou pelo menos orçamentados) várias centenas de milhar de euros.

A construção da dita rotunda, sem a conclusão da VICEG, perde o seu principal sentido e

funcionalidade.

Muitas outras situações poderiam aqui ser apresentadas, como por exemplo a estrada do Rio Diz, mas as aqui evidenciadas são já de si sinónimo da gestão municipal da Guarda, ouvindo-se já, jocosamente, dizer que a principal obra do último mandato do atual presidente foi a destruição do quiosque da Ti Jaquina, pois parece que a mega rotunda não tem outra funcionalidade.

Por: Manuel Rodrigues

* Presidente da concelhia da Guarda do PSD

Comentários dos nossos leitores
Clara Costa clara.costa1957@gmail.com
Comentário:
Estamos claramente de acordo com a análise. As obras devem ser feitas por quem dá a garantia de as concluir, no prazo mais curto e com a melhor qualidade. Nos casos apontados nem uma coisa nem outra. A obra de há quatro anos foi a rotunda da “Ti Jaquina” e ficou ali o que ficou. Vamos ver o que nos fica depois destas intervenções.
 
antonio antoniomaria@hotmail.com
Comentário:
É uma vergonha. Só nesta cidade é que se vê tais obras onde não são necessárias!(…) Para quando é que as pessoas da Guarda abrem os olhos? Vem aí uma oportunidade em outubro.
 

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