O ensaísta e pensador Eduardo Lourenço é o Prémio Pessoa 2011.
O galardão é concedido anualmente à pessoa de nacionalidade portuguesa que durante esse período e na sequência de uma atividade anterior tiver sido protagonista de uma intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística, literária ou científica do país. Esta é a 25.ª edição do Prémio Pessoa.
O júri justifica a escolha de Eduardo Lourenço por, «num momento crítico da História e da sociedade portuguesa, torna-se imperioso e urgente prestar reconhecimento ao exemplo de uma personalidade intelectual, cultural, ética e cívica que marcou o século XX português».
E recorda que o pensador foi membro do júri desde o primeiro dia até 1993, tendo saído por vontade própria. «A sua presença prestigiou o Prémio, que este ano celebra 25 anos de vida. O Prémio prestigia agora a sua presença e a sua intervenção na sociedade, ao longo de décadas de dedicação, labor e curiosidade intelectual, que o levaram à constituição de uma obra filosófica, ensaística e literária sem paralelo».
O júri entendeu ainda «a generosidade e a modéstia desta sabedoria, que tendo deixado uma marca universal nos Estudos Portugueses e nos Estudos Pessoanos, nunca desdenhou a heteredoxia nem as grandes questões do nosso tempo e da nossa identidade». E conclui: «Eduardo Lourenço é um português de que os portugueses se podem e devem orgulhar. O espírito de Eduardo Lourenço foi sempre reforçado pela sua cidadania atenta e atuante. Portugal precisa de vozes como esta. E de obras como esta», lê-se na ata da reunião do júri.