O escritor moçambicano Mia Couto é o vencedor da sétima edição do Prémio Eduardo Lourenço.
Atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI), o galardão, de 10 mil euros, distingue personalidades e entidades que se destacaram na promoção do iberismo no último ano. A decisão foi anunciada no sábado, na Guarda, por João Gabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra, que presidiu à reunião do júri. «A criatividade e os contornos transversais da obra, a heterodoxia lexical a que recorre e o empenho cívico assumidos por Mia Couto transformaram-no numa referência cultural do espaço lusófono, num interlocutor privilegiado e potenciador do diálogo plural e aberto que importa aprofundar com o mundo ibero-americano», justificou. António Emílio Leite Couto (Mia Couto), jornalista, biólogo e escritor é uma das figuras mais importantes da cultura moçambicana, tendo vasta obra na poesia, romance e teatro.
Em declarações à Rádio Altitude, o galardoado começou por admitir ter achado que a sua candidatura – proposta – não lhe parecia muito adequada: «Sendo moçambicano, não estava dentro dos critérios de elegibilidade do prémio», declarou. No entanto, Mia Couto assume agora estar «muito feliz» com o prémio, porque Eduardo Lourenço é «uma pessoa por quem tenho grande admiração, sou um leitor muito atento do que produziu e sinto-me até pequeno para estar associado a uma pessoa com uma dimensão tão grande». Além do reitor da Universidade de Coimbra, o júri era composto por Noemí Domínguez (vice-reitora da Universidade de Salamanca), Joaquim Valente (presidente da Câmara da Guarda) e membros das Comissões Científica e Executiva do CEI. A estes elementos juntaram-se quatro personalidades convidadas: José Joaquim Gomes Canotilho e Maria de Sousa (indicados pela Universidade de Coimbra), bem como Antonio Colinas e Juan Carlos Mestre (indicados pela Universidade de Salamanca).