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Preços das casas da Guarda não desceram

Contrariamente à quebra de cerca de 12 por cento anunciada pelo INE, construtores garantem que valores se mantiveram

Na generalidade, os preços das casas da Guarda não baixaram em 2007. Diversos construtores da cidade contactados por O INTERIOR contrariaram, assim, a quebra de 11,9 por cento no mercado imobiliário que o Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou recentemente, de acordo com os dados da avaliação bancária à habitação relativos ao ano passado. O mesmo estudo dizia ainda que as casas mais caras foram as que sentiram maior quebra. Contudo, segundo algumas das empresas vendedoras contactadas, houve até casos de imóveis que subiram de valor.

Foi o que se passou com as habitações «de luxo» transaccionadas pela firma “Ribeiro, Arquitectura & Construções”. «A localização para construirmos um novo edifício obedece sempre a uma escolha muito criteriosa e estratégica no centro da cidade e com equipamentos de muita qualidade», sustenta Paulo Ribeiro, daí que os preços «tenham subido». Contudo, nem por isso a procura foi menor. É que um edifício construído em 2007 com 10 fracções, incluindo áreas comerciais, já foi vendido na totalidade. Outro prédio, actualmente «em fase inicial de construção», já está «40 por cento» transaccionado. Em suma, «o que é bom vende-se», enaltece o arquitecto. A mesma tendência ocorreu nas habitações de «gama média-alta» da empresa “José Monteiro de Andrade”, onde «não se notou menos procura», adianta Humberto Monteiro. Já nas casas «de gama mais baixa» sentiu-se «alguma retracção», realça. Quanto aos valores «não baixaram, mas estagnaram», garante. De igual modo, as “Construções Madalena” sentiram uma «quebra na procura, na ordem dos 25 por cento», sendo que os preços «se mantiveram sensivelmente os mesmos», tanto nas habitações mais caras como nas mais baratas, adianta João Cláudio Madalena.

No caso da ARL, os preços dos imóveis novos manteve-se, ao contrário do que se passou com o mercado de usados, em que se «notou uma grande desvalorização», tendo havido inclusivamente, «nalgumas situações», uma descida «superior aos 12 por cento», afirma Jorge Leão. No que toca à procura foi «muito baixa» em 2007, embora o «fim do ano passado e o início deste já tenham trazido uma melhoria», acrescenta. Por seu turno, Paulo Monteiro, da “e+ Mediação Imobiliária”, reconhece ter havido «alguma quebra na procura e no valor, mas não tão acentuada quanto os 12 por cento referidos pelo INE», assegura. Isto analisando o ano de 2007 na sua globalidade, porque os valores praticados no início deste ano para apartamentos da «mesma tipologia e com condições semelhantes», como um T3, por exemplo, subiram «ligeiramente». Por último, Filipe Jerónimo, da “Imobretanha”, sustenta que os preços das habitações novas «até têm aumentado», enquanto que nas usadas se sentiu uma «ligeira diminuição». Quanto à procura, tem sido maior ultimamente «por causa do fim do incentivo ao arrendamento jovem», considera.

Ricardo Cordeiro

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