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«Precisamos aumentar a sede, que é muito pequena para as nossas atividades e necessidades»

Cara a Cara – Maria Clara Saraiva

P- Quais os objetivos para este mandato?

R – Queremos continuar com as atividades que temos tido e melhorá-las tanto quanto possível. Eu e a atual vice-presidente somos cofundadoras da delegação da Cruz Vermelha na Covilhã há 14 anos. Estivemos sempre nas anteriores direções e agora pretendemos continuar com o trabalho que temos feito até aqui, além de modificar algumas coisas e melhorar tanto quanto possível o que tem sido feito, nomeadamente na parte social. Estamos a ajudar famílias carenciadas na distribuição de alimentos e queremos aumentar esses apoios. Temos casos pontuais que aparecem e tentamos sempre solucionar. Também temos a parte da saúde que continuamos a apoiar e a desenvolver.

P- Que projetos têm em mãos e quais esperam concretizar?

R – O projeto da distribuição de alimentos, com peditórios de alimentos duas vezes por ano no hipermercado Continente. Temos um projeto “Revive” no estabelecimento prisional da Covilhã e a juventude da Cruz Vermelha com inúmeras atividades. Na passada semana estivemos presentes na Semana Académica da UBI, da meia-noite às 6 horas, com uma equipa de saúde e voluntários da juventude, e pontualmente participamos em atividades que se vão fazendo no concelho, nomeadamente desportivas e culturais. Acompanhamos ainda um grupo de 250 peregrinos do nosso concelho a Fátima e este ano é o décimo ano que fazemos este acompanhamento, que nem sempre é fácil. Prestamos cuidados de saúde aos peregrinos no final do dia, mas também os acompanhamos durante o dia.

P- Quais são as principais dificuldades da delegação?

R – As principais dificuldades são financeiras, pois temos poucos sócios, é necessário aumentar. Outra dificuldade é termos uma sede tão pequena. Atualmente funcionamos num espaço cedido pela Câmara Municipal e daí esperarmos que, brevemente, o senhor presidente nos receba e possamos fazer este pedido de aumentarmos o espaço, que é de facto muito pequeno para a nossas atividades e necessidades.

P- Atualmente contam com quantos voluntários? Quem pode ser voluntário?

R – Temos cerca de 50 voluntários. Podem ser voluntárias todas as pessoas bem formadas. Usar o distintivo da Cruz Vermelha é algo de muita responsabilidade e, por isso, pode ser voluntário quem quiser fazer bem e ser solidário. Todos nós podemos ser, desde que queiramos ajudar os outros. Mas há algo que se exige, que é o respeito por esta instituição, que tem 150 anos no nosso país e é muito credível não só em Portugal, mas no mundo inteiro, por isso há uma certa exigência nessa parte: pessoas bem formadas e que estejam na disponibilidade de ajudar os outros. Na delegação da Cruz Vermelha da Covilhã todos somos voluntários, ninguém recebe dinheiro.

P- Quais as principais áreas de intervenção?

R – A área social e a área da saúde. Infelizmente, o panorama socioeconómico não é agradável, há muita gente no desemprego e até alunos da universidade, que estudam na Covilhã, têm muitas necessidades e procuram-nos. Ainda há muita pobreza envergonhada e, por vezes, as pessoas não chegam até nós por vergonha, outras chegam através de terceiros. Neste momento não fazemos recolha de roupa porque não temos capacidade de armazenamento, mas era algo que gostaríamos.

P- Quantas pessoas apoia a Cruz Vermelha da Covilhã?

R – Apoiamos 43 famílias, mas temos possibilidades de aumentar e existem sempre casos pontuais que aparecem de pessoas não inscritas.

Perfil:

Presidente da Delegação da Cruz Vermelha da Covilhã

Idade: 68 anos

Profissão: Enfermeira – aposentada

Naturalidade: Covilhã

Livro preferido: “O amante japonês”, Isabel Allende

Hobbies: Voluntariado

Maria Clara Saraiva

Sobre o autor

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