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PR propõe «repovoamento agrário do interior»

O Presidente da República afirmou esta sexta-feira, no âmbito do Dia de Portugal, ter escolhido Castelo Branco para as comemorações do 10 de Junho para colocar o interior do país para a discussão da agenda nacional, alertando para as desigualdades do país e para o despovoamento.

Numa intervenção em que começou por lembrar que desde que assumiu funções como chefe de Estado é a primeira vez que as mesmas têm lugar numa capital de distrito do interior do país, Cavaco silva salientou que «a escolha de Castelo Branco traduz uma opção amadurecida e ponderada» no sentido de chamar a atenção para os grandes problemas nacionais.

Salientando que «Portugal é mais do que a vida dos partidos e o ruído dos noticiários» e que uma das principais funções do chefe de Estado «consiste, precisamente, em ver mais além do que a política do dia a dia», Cavaco Silva deixou apenas uma nota sobre a actualidade, frisando que não se pode falhar.

«Não podemos falhar. Os custos seriam incalculáveis. Assumimos compromissos perante o exterior e honramo-nos de não faltar à palavra dada», sublinhou, notando que «é Portugal inteiro que tem de se erguer nesta hora decisiva, um tempo de sacrifícios, de grandes responsabilidades».

Cavaco Silva sublinhou a necessidade de destacar os problemas que o país enfrenta, mas sem esquecer também de destacar as suas potencialidades «que por vezes passam despercebidas». O chefe de Estado sublinhou por isso a relevância do desenvolvimento do interior do país que padece de problemas associados ao despovoamento agrário do interior, como a perda de laços familiares, desemprego e empobrecimento.

No seu discurso Cavaco Silva disse ainda que o reforço dos poderes locais e a intervenção comunitária permitiram colmatar algumas fraquezas nesta área, mas ainda assim não deixou de salientar as desigualdades sociais entre aqueles que «resistem à austeridade da terra» e «aqueles que optaram por sair».

«As assimetrias regionais são também assimetrias sociais», disse Cavaco que considerou ser «imperativo nos dias de hoje promover o meio rural». O Presidente da República disse ainda que o despovoamento do interior «configura-se hoje como um dos grandes problemas nacionais», o qual não será resolvido com «nostalgias do passado» e que cabe às autarquias, empresas e empreendedores locais apostar neste crescimento.

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