Menos dinheiro em tudo, mais emigração, mais desemprego, mais divida, mais privação. Lastro de irrevogáveis e piegas a quem o povo pediu realismo.
Comecemos pela Guarda, onde os mandatos saíram repartidos, entre o trabalho silencioso e os grisalhos. No PS, que refolgo deve ter havido ali mais abaixo, conquistou-se o deputado perdido, que o país não vai em pórticos. Mas que nos diz isso? Uns e outros estão versados no tacho e olvidam a Pátria, como fazem, e com ganhos, Bloco e PCP, que vivem do protesto e de exigir mas sem soluções visíveis. Alguém que pague a conta mas este sensato povo, para quem a política se sente nos bolsos, percebeu tudo. Está farto de amanhãs que cantam, viu Bloco e PCP vituperar socialistas e rejeita maiorias de esquerda feitas ao supetão porque, dizem, não se pode governar contra uma frente de esquerda. Pode pois. Primeiro, como sempre disseram, o PS nunca foi canhoto e, segundo, porque Bloco e PCP não querem esta Europa, nem estes tratados, nem este euro. E a política tem que ser coerente, quando não só mudamos as moscas. Estão fora. E este é o tempo, mesmo que na Guarda ainda haja resquícios das dinastias parlamentares, de sermos sérios e responsáveis. Responsabilidade nas contas, crescimento prudente e mais responsabilidade social. As pessoas não são piegas, há menos Estado e o desemprego é uma estatística fratricida feita para contentar chefes e enganar incautos. É tempo de responsabilidade. E quem assim não entende não percebeu nada de domingo. Responsabilidade e sensibilidade. A vitória foi por poucochinho mas só para carreiristas e oportunistas porque para a Pátria foi tanta.
Por fim, precisamos círculos uninominais e acabar com o método de Hondt, que beneficia o infrator que joga para empatar. Até isso agora podemos recauchutar que a política não é monopólio solvente onde apenas importa aparecer e depois ganham todos.
Votos são para governar, não para protestar. Venha de lá realismo e decência que 41 anos depois de Abril vai sendo tempo de termos mais estadistas e menos demagogos que a política não é para garantir o lugarzinho mas para governar gajos como a mim! Entendam-se.
Por: Amadeu Araújo
* Jornalista