O salário médio bruto de um português é de 13,7 euros por hora, menos de metade da média do euro e três vezes menos do que os belgas, os mais bem pagos entre os 28 Estados-membros.
Estas são algumas das conclusões sobre o custo horário da mão de obra na União Europa, divulgadas hoje pelo Eurostat, o gabinete oficial de estatísticas da União Europeia. Os dados revelam que o custo laboral por hora em Portugal subiu 2,5 por cento em 2016 face ao ano anterior, acima da média da União Europeia (1,6 por cento). Mas, apesar da ligeira recuperação económica e da redução do desemprego, continua a ser o sexto mais baixo da zona euro.
Desde que saiu do programa de ajustamento em 2014, esse mesmo valor cresceu 3,8 por cento. O gabinete de estatísticas de Bruxelas conclui ainda que o custo médio por hora trabalhada em Portugal representa 46 por cento da média da zona euro, antes do resgate em 2008 valia mais de 48 por cento.
O relatório do Eurostat indica que o salário à hora tem vindo a recuperar com maior dinamismo do que nas restantes economias da União Europeia. No caso português, o nível de recuperação foi o 12º mais forte entre os Estados-membros, igualando a recuperação da Alemanha. Mas o salário hora de um alemão é de 33 euros, mais do dobro do português.
De acordo com o mesmo relatório, esses custos no conjunto das atividades económicas (excluindo agricultura e administração pública) fixaram-se em média nos 25,4 euros no conjunto dos 28 Estados-membros, mas com variações extremas: desde o valor mais baixo, de 4,4 euros na Bulgária, ao mais alto, na Dinamarca, de 42 euros. Se os dados se limitarem à zona euro, o país que melhor remunera os seus trabalhadores é a Bélgica: 39,2 euros à hora. No outro extremo está a Lituânia, com 7,3 euros.
Portugal, com um custo de mão-de-obra de 13,70 euros – contra 13,40 em 2015, o que representa um crescimento de 2,5 por cento, acima quer da média da UE, quer da zona euro (1,4 por centp) –, situa-se no 19º lugar entre os 28 Estados-membros, com o sexto valor mais baixo entre os países do espaço monetário único (apenas à frente de Malta, Estónia, Eslováquia, Letónia e Lituânia).
Estes valores dos custos laborais divulgados pelo Eurostat avaliam as remunerações brutas pagas no sector privado não agrícola (exceto administração pública e agricultura), e incluem os descontos das entidades patronais para sistemas de segurança social e outros impostos a seu cargo que incidam sobre o trabalho, e se expurgam eventuais subsídios ao trabalhos e apoios de formação profissional, explica a entidade da Comissão Europeia.