Desde que a circulação na A23 passou a ser paga, a 8 de dezembro, que a autoestrada que liga a Guarda a Torres Novas registou uma quebra de tráfego de cerca de 38 por cento, o que corresponde a uma redução média diária de perto de 3.850 veículos.
De acordo com dados disponibilizados pela Scutvias, concessionária da autoestrada entre os quilómetros 37 (nó Oeste de Abrantes) e 217 (confluência da A23, com a A25), nos primeiros dias de introdução de portagens, a via registou uma quebra de tráfego de cerca de 38 por cento, sendo de 34 por cento nos sublanços não portajados e de quase 44 por cento nos sublanços onde estão localizados os pórticos de cobrança. A redução de 38 por cento refere-se ao período de 8 de dezembro de 2011 a 4 de janeiro de 2012, por comparação com o período homólogo do ano anterior. Assim, entre aquelas datas, passaram em média, diariamente, 6.281 veículos, contra 10.127 no período homólogo. Os lanços com maior quebra de tráfego nos primeiros dias após a introdução de portagens localizam-se entre a Guarda/Belmonte Sul, Soalheira/Castelo Novo e Alcains/Lardosa, enquanto que o sublanço onde se verifica «menor decréscimo» nos primeiros dias é o túnel da Gardunha (gratuito), com menos cera de 25 por cento.
No entanto, assiste-se «presentemente» a uma «tendência para a lenta subida do tráfego relativamente aos primeiros dias», assim como se verifica uma «progressiva subida do pagamento por cobrança primária», através dos identificadores da Via Verde ou dos DEM – Dispositivos Eletrónicos de Matrícula dos CTT, cuja utilização se situa «em 70 por cento no presente». Segundo a concessionária, há que ter em atenção que «à medida que nos aproximamos do ponto de confluência com a A25, após a cidade da Guarda, o tráfego médio diário vai diminuindo nesses sublanços», ou seja, «é mais intenso junto a Torres Novas, diminuindo progressivamente no sentido ascendente». A redução do tráfego já era «expectável», com base na experiência das três primeiras SCUT portajadas a 15 de outubro de 2010, reforçando a Scutvias que «o primeiro impacto é de quebra acentuada que, progressivamente, se vai mitigando com o tempo, o que se verifica».
Em relação ao tráfego na A23 até novembro de 2011, o último mês sem portagens, a circulação média diária situou-se em cerca de 9.910 veículos, dos quais 1.415 foram pesados. Comparando estes dados com o ano de 2010 constata-se uma variação de menos seis por cento, enquanto que a variação de 2010/2009 foi positiva e da ordem dos 0,53 por cento. O mesmo tinha acontecido entre 2009/2008 (mais 0,28 por cento), registando-se menos 1,25 por cento entre 2008/2007. A Scutvias acrescenta que «o tráfego subiu de forma continuada» desde 2004 (data da conclusão da via) até final de junho de 2008, «altura em que se verificou a inflexão para valores negativos, que levaram, já nesse ano, a um valor negativo de menos 1,25 por cento». Caso a comparação se faça incluindo já o mês de dezembro, a variação 2011/2010 é de menos 8,54 por cento sendo o tráfego médio diário de 9.671 veículos, entre os quais 1.366 pesados.
O INTERIOR solicitou também informações sobre o tráfego na A25 após a introdução de portagens à Ascendi, concessionária da auto-estrada que liga Vilar Formoso a Aveiro, mas a sua agência de comunicação remeteu as respostas para a Estradas de Portugal que, por sua vez, não respondeu até ao fecho desta edição.
Ricardo Cordeiro
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