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Portagens – REAÇÕES

«Não vai mudar nada», considera Paulo Fernandes

«Considerávamos que só uma diminuição perto dos 50 por cento altera verdadeiramente o comportamento e as expectativas económicas relativamente à utilização destas autoestradas. Quinze por cento, e até prova em contrário, não vai mudar nada e, por isso, esta redução é escassa para as necessidades de desenvolvimento desta região».

A afirmação é do presidente da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE), para quem esta decisão «é sempre melhor do que nada». Paulo Fernandes também destacou o desconto superior concedido aos veículos de mercadorias, bem como as reduções previstas ao fim de semana, uma situação que espera que abranja «todos os veículos».

«É manifestamente pouco», diz Álvaro Amaro

A redução de 15 por cento nas portagens da A25 e A23 é «uma coisa simbólica» e ficou «muito aquém das expectativas», considera o presidente da Câmara da Guarda.

«É melhor pagar 17 euros de Torres Novas até à Guarda [A23] do que 20, mas é pouco mais do que simbólico», declarou Álvaro Amaro, lembrando que nas últimas legislativas os dois principais candidatos a primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho (PSD) e António Costa (PS), «garantiram que iriam reduzir o preço das portagens» nas antigas SCUT. «O primeiro-ministro em exercício cumpriu a promessa, mas é manifestamente pouco», sublinhou o autarca social-democrata, acrescentando, no entanto, que «como diz o povo, “é melhor do que nada”».

«Não aceitamos esmolas», critica Luís Veiga

O porta-voz do movimento Empresários pela Subsistência do Interior considera que o valor da descida «não está fundamentado», uma vez que um dos critérios usados é o movimento per capita «não podemos perceber como é que numa região de convergência, como a Beira Interior, fortemente penalizada, tem uma redução igual à do Algarve».

Para Luís Veiga não há um tratamento «de igual para igual» e por isso considera que faltam explicações por parte do Governo. «São saldos muito baixinhos que ninguém pega», afirma o empresário para definir o valor da redução, que considera «uma desfaçatez do Governo». Mas Luís Veiga avisa que «não aceitamos esmolas». Com esta decisão, «o Governo demonstra que está completamente alheio àquilo que tem sido a desertificação e a redução do investimento na nossa região», argumenta, lembrando que estes 15 por cento de redução são o mesmo valor referido pelo anterior Governo.

«A luta vai continuar», afirma Marco Gabriel

Ainda durante a visita do ministro do Planeamento e Obras Públicas à Covilhã a Comissão de Utentes da A23 manifestou o seu desagrado com o valor da redução anunciado.

Embora considere «um ganho» na luta travada até agora, Marco Gabriel diz que é «insuficiente, uma vez que aquilo que serve e defende esta região é a abolição das portagens». Assim, «a luta vai continuar», garante o porta-voz da comissão de utentes. A organização tem em marcha uma campanha de distribuição de autocolantes contra as portagens e vai colocar faixas nas principais entradas da autoestrada, mas por considerar a redução «miserabilista» as ações vão continuar. «Para quem tinha as portagens mais caras do país, cortar 15 por cento é ficar com o mesmo valor que as autoestradas do litoral», critica Marco Gabriel, que espera, no entanto, que «este passo seja o primeiro de muitos».

«Vamos lutar para que os compromissos sejam cumpridos», afirma António Saraiva

Enquanto presidente da Federação do PS da Guarda, António Saraiva vê a medida como «um sinal positivo, de que se está a olhar para o interior de uma forma diferente da do anterior Governo».

Com o desconto nas portagens, o socialista acredita que «António Costa já conseguiu dar algo mais às populações do interior, a quem quer desenvolver as suas atividades e captar gente para a região». Apesar dos elogios e de se mostrar satisfeito, António Saraiva não esconde que «a plenitude seria a isenção», pois 15 por cento «ainda é pouco e não satisfazem os interesses do interior e da região». O líder socialista garante que «iremos lutar para que os compromissos que foram assumidos para com a população sejam cumpridos durante esta legislatura». Ou seja, para que seja conseguida uma redução de «pelo menos 50 por cento».

«É uma redução insuficiente para o fim que se pretende», diz Carlos Peixoto

«Um desconto de 15 por cento é melhor do que nada», começa por dizer o presidente da Distrital do PSD da Guarda, embora reconheça que «é uma redução insuficiente para o fim que se pretende, que é tornar o interior mais atrativo, mais apelativo».

Carlos Peixoto acusa o PS de «não cumprir a promessa», lembrando que os deputados socialistas eleitos pelo distrito da Guarda falavam numa redução de 50 por cento durante a última campanha eleitoral. Para o social-democrata, também deputado na Assembleia da República, «o grau de poupança não tem grande relevância», contudo, ressalva que «é sempre melhor menos um euro do que mais euro».

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