A oposição acusou hoje, no Parlamento, o PSD e o CDS-PP de «estrangular o crescimento do país» com a introdução de pagamento nas autoestradas A22 (Algarve), A23 (Beira Interior), A24 (Interior Norte) e A25 (Beiras Litoral e Alta).
Em plenário, na discussão de recomendações e petições que recusavam a introdução de portagens nestas SCUT, o PCP, o BE e o PEV afirmaram que esta medida vai pôr em causa o crescimento do país. «O pagamento destas portagens pode liquidar pequenas e médias empresas. Os deputados [PSD e CDS-PP] não têm preocupações com a queda económica? Aquelas estradas nacionais são alguma alternativa? Mercadorias a passar pode dentro de localidades? Crianças a passear junto a camiões?», questionou a líder de bancada do PEV, Heloísa Apolónia.
O comentário da deputada ecologista surgiu depois de o CDS-PP e o PSD terem defendido o critério do utilizador-pagador e o «reforço da universalidade do pagamento». O social-democrata Paulo Cavaleiro salientou que «se a situação do país é muito difícil, com novas faturas para pagar todos os dias, os sacrifícios devem ser pagos por todos». O deputado lembrou que «o PSD sempre defendeu que esta trapalhada teria custos».
Hélder Amaral (CDS-PP) recordou a situação económica do país e referiu que «mais importante do que ter condições para pagar as autoestradas é ter condições financeiras para fazer as suas obras de manutenção». O centrista pediu a «compreensão dos milhares de peticionários que legitimamente preferem ter uma via não paga», mas recordou que «nos projetos [petições e recomendações dos partidos] não surge uma referência à situação do país».
Heloísa Apolónia defendeu que «a compreensão pedida aos portugueses tem limites, porque as pessoas também têm limites nos seus orçamentos. E o país também tem limites para o estrangulamento do seu crescimento. Estão a atuar de forma economicista e as pessoas que se lixem. E não pode ser assim».
Por sua vez, o deputado do PS Rui Pedro Figueiredo defendeu a «introdução de medidas de discriminação positiva para mitigar o impacto nas empresas, consubstanciadas com isenções e descontos», recomendando que o Governo adote estas soluções.