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«Politécnicos e universidades devem estar numa base de princípios de igualdade e de oportunidades»

Presidente do Instituto Politécnico da Guarda defende investimento na educação e a reforma do ensino superior

O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) assinalou anteontem, dia em que comemorou 31 anos de existência, a abertura solene do ano letivo com uma sessão marcada pela presença do presidente da Câmara, Joaquim Valente, e de João Queiró, Secretário de Estado do Ensino Superior.

Na sua intervenção, Constantino Rei, presidente do IPG, falou sobre o clima de incerteza vivido atualmente, resultante da crise financeira e da escassez de recursos económicos, e que está a afastar muita gente do ensino superior. Sobre um eventual desaparecimento do IPG, o professor opõe-se «veementemente», qualificando esse cenário como «o desferir uma machadada final» na economia da cidade. Apesar dos tempos não serem os melhores, Constantino Rei rejeitou os «cenários catastróficos» que, segundo ele, decorrem da existência de cursos com pouca procura no Politécnico e que colocam mesmo em causa a sua continuação. O presidente do IPG respondeu também ao ex-ministro da Educação David Justino, que sugeriu em Castelo Branco a anexação dos Politécnico local e da Guarda à Universidade da Beira Interior. Na sua opinião, essa eventualidade «carece de aplicabilidade no interior devido à identidade própria» entretanto adquirida por ambas as instituições.

Além do mais, avançar com essa medida representaria o encerramento de cursos, o despedimento de professores e «o início do fim» do ensino superior na Guarda, avisou. Constantino Rei condenou ainda a redução das verbas para o setor consagrada no Orçamento de Estado para 2012, frisando que «é vital investir na educação neste período de crise, sob pena de colocar em risco toda uma geração de jovens». Nesse sentido, defendeu ainda uma reforma que acabe com o atual sistema binário, que concebe o ensino politécnico como sendo «de segunda», sugerindo uma reorganização que deve colocar Politécnicos e Universidades «numa base de princípios de igualdade e de oportunidades».

Por sua vez, Joaquim Valente destacou o papel que o IPG tem desempenhado na projeção e desenvolvimento da Guarda, decorrente da fixação de professores e comunidades científicas. Na sua intervenção, o autarca opôs-se igualmente ao «poder e centralismo da capital», defendendo um maior aproveitamento da localização geográfica privilegiada da região da Guarda para que esta se torne numa zona de referência.

A oração de sapiência esteve a cargo de Maria Eduarda Ferreira, docente da instituição, que falou da “Educação e Saúde no séc. XXI”. Houve ainda lugar, nesta cerimónia, à atribuição de prémios de mérito a alunos e pessoal docente e não docente do IPG, no âmbito do protocolo entre esta instituição e o Banco Espírito Santo. A sessão terminou com a intervenção do secretário de Estado João Queiró, que «assinou por baixo» as declarações de Constantino Rei, embora tenha realçado as «medidas qualitativas» existentes em relação ao ensino superior apesar dos cortes previstos no Orçamento de Estado, como por exemplo o incentivo à investigação.

Sessão solene de abertura do ano lectivo no IPG contou com a participação do Presidente da Câmara da Guarda e do Secretário de Estado do Ensino Superior

«Politécnicos e universidades devem estar
        numa base de princípios de igualdade e de oportunidades»

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