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Polémica em jogo “grande”

Fornos bateu Sporting da Mêda por 3-2 numa partida com sete expulsões e 17 cartões

O “rei do cartão” esteve em Fornos de Algodres, no jogo entre o líder do Distrital da Guarda e o Sporting da Mêda, um dos segundos classificados. É que houve sete expulsões, entre jogadores, treinador e um director dos visitantes, mais 17 cartões e cinco golos, com o triunfo a sorrir aos locais, mesmo no declinar da partida.

O Sporting da Mêda inaugurou o marcador logo aos seis minutos, por Paulo João, que se isolou frente a Inácio e não deu hipóteses ao guarda-redes local, após excelente passe de Rogério. O Fornos tentou reagir e aos 13’, Bruno Lopes, de fora da área, atirou forte para defesa com os punhos de Carlitos. Aos 29’, Zézito fez um pontapé longo na direcção de Bruno Filipe, que atirou de primeira forçando o guardião medense a sacudir para canto. Até ao intervalo, registo apenas para a expulsão de José Ambrósio, delegado ao jogo do Mêda, e para dois foras-de-jogo dos visitantes que nos pareceram mal assinalados pelo assistente José S. Pedro. A etapa complementar começou logo com uma grande penalidade para o Fornos, por alegado derrube de Roberto a Egipto. Por estarmos longe do local, damos o benefício da dúvida ao árbitro. Chamado a converter, Fábio Nascimento restabeleceu a igualdade. Aos 49’, André, que tinha acabado de ser “amarelado”, viu o vermelho directo por uma entrada mais dura sobre João Abel. Contudo, mesmo a jogar com 10, o Fornos não deixou de atacar e chegou ao segundo golo aos 55’, com Egipto a beneficiar de uma falha de marcação para “fuzilar” a baliza de Carlitos, após boa arrancada de Bruno Filipe na direita.

Passados três minutos, Inácio teve uma saída extemporânea da sua área, mas o “chapéu” de Paulo João saiu ligeiramente ao lado. Até que aos 67’ as duas equipas passaram a jogar em igualdade numérica depois de Fernando ver o segundo amarelo, numa decisão que nos pareceu exagerada. Na marcação do livre, Fábio Nascimento obrigou Carlitos a uma boa intervenção. Logo depois, a Mêda ficou reduzida a nove jogadores devido à expulsão de Roberto, também por acumulação, por alegadas palavras. Aos 81’, o fornense Roberto teve uma boa iniciativa na área contrária, rematando rente ao poste direito. Aos 83’, Silvério Sousa poupou o segundo amarelo a Zézito. Na sequência do livre, e após um ressalto, João Abel rematou à entrada da área para fora do alcance de Inácio, um golo que provocou muitos festejos nas hostes visitantes. Tantos que José S. Pedro chamou o seu chefe de equipa, que acabou por expulsar o guarda-redes suplente Germano e o treinador Filipe Martins.

Contudo, ao quinto minuto dos oito de compensação, João Monteiro partiu de posição duvidosa e foi carregado em falta por Artur Jorge. Na transformação do livre, Fábio Nascimento cobrou de forma exemplar, sem hipóteses para Carlitos. O jogo não terminou sem mais uma expulsão para a Mêda, desta vez de Artur Jorge, que terá agredido João Monteiro. Mau trabalho do trio chefiado por Silvério Sousa. No final, Nando Pompeu realçou que a Mêda «fez-nos sofrer muito, mas acho que o resultado é justo». Do outro lado, Filipe Martins, visivelmente nervoso, mostrou-se bastante descontente com a arbitragem: «Se dizem que o critério é nomear os melhores árbitros para os melhores jogos, gostava que a Associação explicasse como é possível mandarem para um jogo destes um senhor como aquele. Se festejar um golo num campo de futebol já dá direito a expulsão, então, realmente, o nosso futebol vai muito mal», criticou.

Ricardo Cordeiro

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