O Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda aceitou um pedido da empresa do oftalmologista Dias dos Santos que solicitava a cedência das instalações de centros de saúde para a realização de rastreios, divulgou o jornal “Público” na passada segunda-feira.
Segundo a notícia, este rastreio às principais causas da cegueira foi organizado pela empresa de Manuel Dias dos Santos, médico que detém uma rede de óticas no distrito e é atualmente diretor do serviço de Oftalmologia do Hospital Sousa Martins. Perante cartazes já colocados nos centros de saúde – geridos pela ULS – e o desconhecimento dos contornos da iniciativa, alguns coordenadores destas unidades terão solicitado esclarecimentos adicionais ao Conselho Clínico. Presidido por Fernando Girão, o Concelho de Administração da ULS acabou por esclarecer, no passado 18 de julho, em nota interna enviada aos coordenadores dos centros de saúde envolvidos, que «nada tinha a opor à realização do rastreio oftalmológico». O tema já chegou ao parlamento, depois do deputado do Bloco de Esquerda, João Semedo, ter enviado uma nota ao Ministério da Saúde, pedindo esclarecimentos. «É inaceitável que os recursos do Serviço Nacional de Saúde sejam usados para fins promocionais de angariação de clientes por privadas na procura de lucros fáceis a custo zero», alegou no texto. O INTERIOR tentou ouvir a opinião do presidente do Conselho Distrital da Ordem dos Médicos, na Guarda, mas Augusto Lourenço disse que nada sabia sobre o assunto. «Não posso fazer comentários sobre factos que desconheço», afirmou. A ULS foi igualmente contactada, mas até ao fecho desta edição não foi possível falar com nenhum dos membros da administração sobre a realização dos rastreios.
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