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Pois, Pois

CANDIDATA, MAS POUCO. A imprensa nacional, que não conhece a realidade local, viu nas declarações de Ana Manso no recente congresso do PSD desassombro. Viu mal. Devia antes ter visto desespero.

A deputada acusou, e bem, o governo de masoquismo (e sadismo, acrescento eu, porque quem se lixa com esta governação desastrosa são os portugueses). Ana Manso percebeu que a incompetência do governo arrasa com as suas ténues possibilidades de chegar à presidência do município da Guarda. As suas grandes bandeiras eleitorais a nível local sempre dependeram da sua suposta influência junto do poder central. Mais concretamente, o novo hospital, o problema da maternidade, as SCUT, etc. Erro fatal. Se a isto somarmos a quantidade de disparates que foi debitando ao longo dos últimos três anos, rapidamente percebemos as razões do seu desespero. Note-se que a senhora chegou a esta situação por sua única e exclusiva responsabilidade. Por falta de ideias para o concelho, apostou tudo em projectos emblemáticos que não dependem apenas de si.

Ana Manso só tem uma saída honrosa: propor o mais rapidamente possível outro candidato à câmara da Guarda – quanto mais o tempo passa, menores são as possibilidades de encontrar um candidato em condições. Não vejo outra forma de salvar a face e, muito provavelmente, a sua carreira política.

CANDIDATA, TALVEZ. Maria do Carmo hesita. Acredito que por vezes no fundo do seu íntimo deseje abandonar a presidência do município. Mas a tentação de continuar vai lentamente crescendo. Há um ano escrevi que no momento da verdade a senhora não resistiria a recandidatar-se. Hoje, há vários sinais que apontam nesse sentido.

Não há políticos reformados, há políticos caídos em desgraça. Quem perde sai. Quem ganha continua. O poder os faz, a ausência de poder os desfaz. É por isso raríssimo um político sair de cena pelo seu próprio pé. É claro que se Maria do Carmo optar por continuar, isso vai ter consequências dentro do partido a nível local, onde algumas pessoas pensavam que tinha finalmente chegado a sua hora. Para mais, Maria do Carmo disse mais do que uma vez que a sua decisão de sair era irreversível. Todavia, poderá sempre invocar o argumento da unidade do partido, onde devido a ambições mesquinhas de gente mesquinha não foi ainda possível encontrar consenso em torno de um candidato.

No interesse da terra e no seu próprio interesse, eu se estivesse no lugar de Maria do Carmo tudo faria para que o partido se unisse à volta do engenheiro Valente, de longe (e tirando a própria Maria do Carmo) o que dá mais garantias de sucesso eleitoral e o que tem mais condições para ser um bom presidente de câmara.

A SALVAÇÃO. O governo avança de trapalhada em trapalhada. Confesso que aquando do segundo governo de Guterres pensei que a política nacional tinha tocado o fundo à lata. Mas não. Pelos vistos, é sempre possível descer mais um bocado. Mas agora já podemos dormir tranquilos e diminuir a dose de anti-depressivos. Cavaco Silva está de volta. Vem a caminho montado num cavalo para nos salvar. Vai-nos libertar do bando de mediocridades que tomaram conta do país. Vai, com a ajuda do nosso voto e se Deus quiser, voltar a tomar conta de nós. Definitivamente, Portugal não tem cura.

Por: José Carlos Alexandre

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